quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Vamos todos reclamar a Pedra Branca!


Estava eu a pensar com os meus botões como poderemos nós não perder as estribeiras ao ouvir histéricos “gritos do Ipiranga” provenientes de energúmenos como o iminente Gabriel Drumond (que clamou recentemente pela independência da Madeira) quando a solução me apareceu escarrapachada num jornal de Singapura: o caso Pedra Branca! Se é verdade que a Madeira é Portuguesa concerteza, não deixa de ser notório que uma franja da população nacional, à força de abusar da boa vontade de um estado democrático e tolerante, endoidou a um ponto que pode estar para lá da recuperação... Se os Portugueses que nasceram e vivem na Madeira concordassem (o que eu duvido...), porque não utilizar a ilha para internar para todo o sempre abéculas como o senhor Drumond da notícia, o respectivo Presidente Regional e, já agora, todos os outros serial-abusadores da República e da nossa paciência que pululam por todo o país, desde caciques dados a autarcas a presidentes de clubes de futebol dados a caciques? Claro que perderíamos uma fatia da nossa Zona Económica Exclusiva (ZEE), mas é aí que entrava a Solução Pedra Branca!

Tal é o nome (tal e qual o escrevo, em bom Português!) dado a uma ilhota que pouco mais é que um rochedo granítico, onde só cabe um farol, erigido pelos Ingleses no século XIX. Os Portugueses baptizaram o rochedo no inicio do Século XVI (vejam este artigo na Revista da Armada). E Pedra Branca ficou por alva ser a côr do guano ressequido deixado por muitas gerações de aves marinhas que abundam por aquelas bandas...

A Pedra Branca está a 25 milhas náuticas de Singapura e é disputada por Singapura e pela Malásia. O caso é actual porque está neste preciso momento a ser apreciado por um juri do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) cujo veredicto, esperado lá para Junho do ano que vem, ambas as partes admitem aceitar. Mas atentemos aos argumentos das partes(espreitem os detalhes na Wikipédia). A Malásia esgrime que a Pedra Branca pertencia ao Sultanato de Johor (sim, aqueles morecões que se aliaram aos Holandeses para nos correr de Malaca em 1641...) desde tempos imemoriais, “imemoriais” significando meados dos século XVI. E Singapura argumenta, com alguma razão, que a Malásia sempre se esteve borrifando para a dita Pedra desde que é independente e que tem sido Singapura a limpar a caca das aves e a acarinhar o seu Farol. No recorte que coloco no post o jornalista relembra apenas a treta de um navegador Holandês de segunda (que deve ter chegado cá por engano com uns mapas mal amanhados copiados em terceira mão de originais roubados aos Portugueses) falar sobre a Pedra Branca em 1583. Sessenta ou setenta anos depois dos Portugueses estarem carecas de conhecerem o pedregulho como marco nas suas rotas para a China e as Ilhas das Especiarias! Ninguém se lembra de trazer a terreiro porque é que a porra da Pedra Branca se escreve P-e-d-r-a-B-r-a-n-c-a?! A verdade é que décadas antes do Sultão tropeçar na Pedra e mais de 400 anos antes da independência da Malásia e de Singapura já a Pedra Branca era Portuguesa. Pronto. Tenho dito.

E cá está a solução: mandar imediatamente uma comitiva Lusitana a Haia (vai dar um particular gozo fazê-lo debaixo do nariz dos Holandeses...) e reclamar a Pedra Branca para a nossa bandeira perante o TIJ! Resolvido o assunto, trocaremos a metade da ZEE que perderemos com a “libertação” da Madeira (e com a nossa “libertação” dos furúnculos que mancham o Estado Democratico em que gostamos de viver) por uma outra, muito maior! Uma faixa de umas milhas valentes de largura, saindo do Algarve para cruzar o Mediterrâneo, passando o Suez (passava a ser nosso, claro, temos jeito para portageiros...), o Mar Vermelho (finalmente vou poder dar uns mergulhos de jeito em águas nacionais!), roçando a Peninsula Arábica de forma a catar um terço das reservas de petróleo offshore do mundo, continuar pelo Índico até ao Mar de Andaman, meter pelo estreito de Malaca (a nossa vocação portageira seria aqui exercida pela 2ª vez, 500 anos depois!), passar ao largo de Singapura e, finalmente, chegar à nossa nova possessão. Já estou a ver a nossa bandeira a flutuar no farol da Pedra Branca!

3 comentários:

Anónimo disse...

Com que então já metido na política?? Cuidado, "The big sister watch you". E se voltasses aos peixinhos do mar?

Anónimo disse...

Referendo na Madeira já!!!
Estamos nós a gastar dinheiro com máfias que ainda querem ser independentes? Larga!

Anónimo disse...

Sem dúvida seria excelente internar os ditos... mas ficariamos sem governantes?