domingo, 4 de novembro de 2007

O choque dos Mundos aplacado por Buda: a feérica Bangkok


Bangkok foi a primeira paragem, de poucos dias, antes de rumar a Phuket numas miniférias no início de Julho de 2007. Aqui o Primeiro Mundo tipo-Singapura choca-se com o Terceiro Mundo tipo-Saigão de uma forma desconcertante. A cidade moderna dos shopping-centers ultra modernos e dos arranha céus flutua no seio da sujidade, exotismo e caos típicos das metrópoles Ásiaticas. Talvez Buda zele pela harmonia desta mistura pouco natural... Verdadeiros oásis de paz espalhados um pouco por toda a cidade, os templos (milhares...) zelam pelo espírito dos passantes com os seus budas de jade, pagodes dourados e monges de laranja vestidos, salvaguardando quem necessita da vibração demente do ambiente urbano de Bangkok. Quando a paz se torna aborrecida, o cidadão ou o turista pode mergulhar de novo no bulício, rumando por exemplo ao mercado de Chatuchak (12 hectares revestidos por 8,500 lojas-tendas a vender de tudo!) ou satisfazendo a líbido na zona de Patpong com os seus bares go-go.

Bangkok é também a cidade de todos os meios de transporte: chega-se de avião, apanha-se o taxi para o hotel, usufrui-se do moderno metro para visitar os mercados dos arredores, sobrevoando a cidade em viadutos futurísticos ou mergulhando no seu subsolo, apanha-se o barco de carreira para avançar umas paragens rio acima (o Chao Phraya, verdadeira artéria da cidade), salta-se para uns barquitos tipo gôndolas motorizadas para percorrer os canais da labírintica Bangkok “profunda” e, last but not the least: o tuk-tuk! Claro, aqueles triciclos de motor a dois tempos que enxameiam as ruas e que por 20 ou 40 bats (50 cêntimos a 1 euro...) nos levam por todo o lado. Até de graça nos carregam, acho, se os deixarmos arrastarem-nos pelas lojas de Bangkok que lhes pagam comissões!

Os Tailandeses são de uma simpatia desarmante, em geral. Há sempre um sorriso, mesmo que seja o de um condutor de tuk-tuk a fazer-se despercebido para nos despejar num alfaiate manhoso, numa rua esconsa... A limpeza das fardas escolares contrasta com os farrapos dos mendigos, da mesma maneira que os shopping centers de Rama I contrastam com as barracas nas margens dos canais.

A densidade de templos em Bangkok é impressionante. E no coração de Bangkok, no ponto da margem do Chao Phraya onde encontramos o complexo do Grande Palácio Real, a riqueza dos edíficios e dos seus conteúdos é fabulosa... Mas não só. Um pouco por toda a cidade, desde o Golden Mount Temple no topo de uma colina com vista magnífica até ao Buda Dourado (5 ton de ouro maciço...) escondido num templo algures numa rua mais perdida, os pagodes sucedem-se e os dourados ferem-nos a vista.

Um conselho: se forem a Bangkok façam como eu mais a minha companhia: esfalfem-se nos mercados, sacudam-se de barco pelos canais, dêem cabo dos pés a calcorrear templos e, quando estiverem bem derreados e suados, vão usufruir do chá das cinco no The Authors Lounge do Oriental Hotel. É chegar ao céu. O chá de primeira, os scones a babarem manteiga derretida e compota caseira, a terrina cheia de bolinhos, tudo a ser saboreado ao som de uma guitarra clássica tocada ao vivo, suavemente, no sítio onde Conrad em 1888 ou Sommerset Maugham em 1923 já beberricaram o seu chá...

Espreitem por partes a Cidade, as Pessoas e os Templos nos albuns que publiquei no Picasa online.

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