sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Enfim casa...

E hoje o jantar é bifes!

Volta Heathrow, estás perdoado!

Eis-me no fundo de Paris: o aeroporto Charles de Gaulle... É raro usar o CDG nas minhas ligacōes, mas desta vez decidi experimentar algo novo no regresso de Ho Chi Min. Ou seja, voar directo na Vietnam Airlines para Paris. Péssima ideia... O avião era um 777-200 antigo com uns bancos classe executiva que não faziam cama nem reclinavam completamente, e a comida era uma treta (se bem que eu não estava em forma para comer muito, de qualquer maneira...). Chegado a Paris, todo dorido mas a pensar no comforto e nos mimos de um lounge francês, deparei-me com uma enorme caminhada para passar do terminal 2E para o 2D, com o caminho mal assinalado, com uma multidão a passar pelo controle de passaporte (demorou-me uns 20 minutos) de forma desorganizada por carência de indicaçōes, enfim... Não consegui arranjar melhor caminho que sair pelo 2F e palmilhar mais uma eternidade até ao 2D. Aí tenho que reconhecer que as meninas da segurança eram bem simpáticas. No entanto logo que passei os raios X encontrei-me num espaço estreito, sem lojas nem lounge, apenas com as portas de embarque! Tive de voltar a saír para a zona pública, onde o lounge se encontra. Aqui estou agora, no lounge Air France a desabafar no Asteróide. Se a gaita do wifi me ajudar, pois parece estar um pouco titubeante... Mais tarde vou ter de passar outra vez pelas meninas simpáticas, do mal o menos.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Miam, miam...

Estou a brincar, estou a brincar... Qualquer associação entre o post anterior e este é mera perversão vossa. Esta bolinha de pêlo é muito amada pelos donos (acho...) e tal afecto não se deve ao facto de ser docinho. A foto não foi tirada num restaurante, mas sim à saída de uma reunião num edifício de escritórios em Saigáo, hoje antes de vir para o aeroporto. Até eu confesso que tenho outra vez o estomago ás voltas com este humor pervertido. Andei o dia todo empalamado, desde que me explicaram o que tinha comido ao jantar um par de dias atrás. Como a explicação foi em inglês com sotaque vietnamita cerrado e muitos gestos à mistura, achei por bem fazer uma interpretação optimista: jantei uns noodles de esquilo voador! Ou seja, anteontem acabei a noite a roer uma patinha de um mamífero com asas, com unhinhas e tudo. Acho que percebi bem a explicação. Que outra coisa poderia ser, um mamífero que voa de árvore para árvore? Pela noitinha? Nã, não poderia ser outra coisa...

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Jantar!



Em Vung Tau, pois claro. Muito sofri para cá chegar. Até o voo da Singapore Airlines à saída de Singapura se atrasou, penando no tarmac numa longa fila, dando prioridade aos inúmeros jactos privados que esta manhã retiravam da Lyon City todos os bilionários com quem tive de me bater pelo gin tónico no paddock.

Já no Vietname e depois da cena habitual para tratar do visa à chegada a Saigão os amigos habituais carregaram-me na viatura habitual pela estrada fora (ainda terrível como habitual...), três horas até Vung Tau. Se não sabem onde fica Vung Tau deviam ter lido mais vezes o Asteróide: visitem aqui o Vietname e ficam a saber...

Ao jantar a habitual lição de geopolítica, regada com um cocktail explosivo de vodka. Os meus companheiros de janta eram muitos e bem colocados, e depois dos vodkas até cantaram em chinês e em russo. Tudo filmado claro, mas não pensem que vai aparecer no You Tube porque ainda pretendo voltar ao Vietname mais vezes... Até porque capturei em primeira mão a noção que o Vietname está economicamente a arrefecer, com muitas obras paradas e o financiamento a engasgar-se. O "boom" estava oco e isto só vai lá com uma mudança de regime. Os governos mudam (como aconteceu à pouco tempo) mas a música é a mesma, sempre a rapaziada do costume. Prognóstico: esperem que isto por aqui bata no fundo para o ano ou em 2013. Nessa altura a tão necessária mudança de regime ocorrerá. Sem conflito, porque os vietnamitas só odeiam mesmo uma coisa: a guerra. E se houver batatada posso garantir-vos algo: não há vietnamita que não vá à luta, de faca ou pistola. Coisa que ninguem quer nem pensar.

Quanto ao repasto, muito contente estava eu por ter declinado escolher as cobritas que nos foram apresentadas logo à entrada do restaurante. Digo "estava" porque a satisfação só durou até eu tirar da boca algo mais ossudo do que o habitual, ainda a escorrer do caldo de onde o havia tirado com os meus pauzinhos do meio dos noodles. Ficam para a posteridade os ofídios que declinei e o bocadinho de carne que me saiu da boca. Com os cinco dedinhos e tudo...

domingo, 25 de setembro de 2011

Partida!

Para o GP Singapura 2011, do ponto de vista da Miss Universo e suas amigas. Mais o emplastro...

Asteróide entra em órbita...








E não foi o Vettel nem o Hamilton, tão pouco o Schumaker que me fez gravitar durante o Grande Prémio de Singapura de hoje. Calhou-me um camarote ao fundo da recta da meta e ter os Deuses comigo. Quando vi a Miss Ucrania sentar-se ao  meu lado achei engraçado. Quando ela se chegou para lá e fiquei ao lado da Miss Irlanda junto com a Miss Japão comecei a perceber que era mesmo a sério. Mais dois minutos e senta-se a Miss Universo, Leila Lopes! Não resisti a pedir a foto que vêem, em bom português que a Leila como angolana bem entende. Mais um bocado (e nessa altura já não fazia ideia nenhuma do que se passava na pista, tal era o bigode que o Vettel estava a dar aos outros...) e aprendi que a Miss Japão fala português! Foi na nossa língua e com pouco sotaque que me explicou que viveu um ano em Portugal, a estudar na universidade de Aveiro. Para que saibam. Agora vou dormir....

PS: quem ganhou?

Vruummm!




Singapura inclina-se sob o troar das máquinas. Amen!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Crime e castigo na Lyon City: take enésimo


Um dos meus passatempos favoritos em Singapura é ler os jornais. Tanto nos tablóides como no respeitável Straits Times, encontro sempre uma profusão de notícias trágico-cómicas para partilhar. Já por aqui leram umas tantas, sobre aldrabões épicos, velhinhas a pintar os próprios caixões, chihuahuas clandestinos, gravideses indesejadas, sexo na rua, porrada no rugby, etc. Tudo isto e muito mais em Singapura.

Trago-vos agora as últimas. Comecem por olhar para as fronhas dos dois morecões que aparecem nas fotos. Deu-me logo para começar a rir... Mas nem tudo é cómico. Vejamos caso a caso:

Take 1: O engenheiro de óculos parou o carro de repente e sem sinalizar para deixar sair a filha e não gostou da buzinadela emitida pelo dentista que conduzia o carro que o seguia. Sai o engenheiro do veículo e pespega um murro no parabrisas do dentista, rachando-o de lado a lado. O vidro, claro. Resultado: o engenheiro foi condenado a uma multa de 4000 singdólares (cerca de 2500 EUR). Cheio de sorte, porque poderia ter sido condenado até dois anos de prisão...

Take 2: O motorista de autocarro com cara de chorão parou numa passadeira para deixar passar a senhora Ang, de 97 anos (noventa e sete...). De louvar. No entanto a senhora deve ter sido um pouco lenta, e o nosso motorista chorão assumiu que bastava de baldas a nonagenárias e arrancou quando lhe deu a pressa. A senhora Ang foi passada a ferro pelo autocarro. Para além dos 97 anos ainda sobreviveu mais seis horas, até falecer no hospital mais tarde. O motorista chorão foi condenado a pagar 9000 singdólares de multa, foi despedido e inibido de conduzir durante três anos e meio. Trabalha agora como ajudante de cozinha num restaurante manhoso e sofre de insónias. Falta-lhe lavar 345,367 pratos até conseguir pagar a multa.

Take 3: as empregadas de limpeza de hoteis por aqui não devem ganhar mal. Uma delas tinha o suficiente para subornar o chefe com 1000 singdólares, para o levar a despedir uma colega de quem não gostava. O chefe denunciou a situação. A nossa criadinha chinesa foi condenada a 2500 singdólares de multa, mas como não pagou foi de cana. A pena para crimes de corrupção em Singapura vai até 100,000 dólares de multa e cinco anos de prisão.

Moral da história: se passarem por aqui cheios de pressa e tiverem dinheiro suficiente no bolso não se deixem atrasar por dentistas chatos ou velhinhas lentas. Esmurrem um e atropelem a outra sem pejo, vai-lhes custar uns tantos dólares mas pelo menos chegarão a tempo (onde quer que vão...). Mas nunca por nunca temtem subornar o juiz que os multa...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Típico...

Hotel super, piscina exótica... Mas chove e troveja desde que aqui cheguei ontem e a cidade de cimento rodeia-nos. Welcome to Singapore!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Moinhos e panquecas para acabar a semana


Dizia eu no post anterior, pelas cinco da manhã, que estava pronto para embarcar para Amsterdão. E por aqui estive, começando a primeira reunião em Amsterdão pelas nove da manhã e terminando a última pelas cinco e meia da tarde nos arredores de Roterdão. Agora de fugida no aeroporto de Amsterdão prestes a embarcar de novo (agora direitinho a casa para o fim de semana!), cá vão as fotos do dia. Uma ilustrando o processo de metamorfose que os moínhos holandeses estão a sofrer, a outra com uma instituição nacional por estas bandas: a famosa panqueca holandesa! Esta última devorada há momentos, quando um amigo que me deu boleia de Roterdão para o aeroporto de Schipol teve a bela ideia de parar para lanchar. Agora, Portugal comigo, onde conto ficar praí dois dias e meio sem voar. Fixe...

Sobrevoando Stavanger


A minha vida ultimamente não passa disto: de aeroporto em aeroporto até que me cresçam asas... Ontem tive de voar de Amsterdão para Stavanger, Noruega. Hoje bem cedinho estou pronto a embarcar de novo, de Stavanger de volta a Amsterdão onde começarei o dia com uma reunião pelas 9:30. Ou seja, já nem saio dos hoteis dos aeroportos. Este bate recordes: como podem ver pela vista, quase que dá para pular do quarto para a pista. Até já...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sol no Mouchão da Póvoa do Norte

Se nunca estiveram por aqui e quiserem saber como é a Holanda, sugiro que imaginem um Mouchão da Póvoa gigante. Isso mesmo, quadrículas esverdeadas esventradas por canais de água até perder de vista. Só faltam o Mar da Palha e os campinos. Por aqui estou mais uma vez. Como sempre mais chuva que sol, mas da janela aqui do hotel de Schipol perto de Amsterdam onde me encontro consegui ver o solinho numa fugaz aparição ontem de manhã. Fica aqui a justa homenagem ao astro-rei por ter animado um lusitano macambuzio com pena de ter deixado o sol para trás esta semana.

domingo, 11 de setembro de 2011

O fim do vinho

Nesta passagem por casa chego à conclusão que para o ano tenho de passar sem vinho à borla e à descrição... Olhando para as minhas vinhas todas queimadas do míldio, as ricas uvas castelão francês (aka Periquita...) feitas em passas secas devido às chuvadas de Maio, chego à conclusão que "deste já não hà mais". Não será o melhor dos vinhos, por ser bebido jovem apesar de feito com muito brio aqui pelo vizinho que me trata da terra. Mas pelo menos seria meu e vou sentir a falta dele. Há um par de dias atrás, quando os camaradas agricultores aqui do concelho de Palmela pegaram nos tractores e encetaram uma marcha de protesto a partir do Poceirão para pedir compensação ao governo pelos dislates do São Pedro, pensei seriamente em pegar no corta-relvas e participar. Mas acabei por comprar cerveja e ficar sentado...

sábado, 10 de setembro de 2011

De visita a casa

Viajar é fixe mas não há nada como regressar. E quando se depara com o nome Portugal logo à partida do local remoto de onde regressamos ainda melhor. Foi o caso desta foto. A nave da TAP chamava-se Amália Rodrigues e  na quarta-feira trouxe-me de Oslo a Lisboa num instantinho.

No entanto tenho receio que com tanto voo algo me esteja a acontecer. Suspeito que me esteja a destransformar de tuga noutra coisa qualquer. Tipo... turista norueguês? Seguramente em qualquer coisa diferente de mim, porque ao deixar o avião na Portela o comissário de bordo despediu-se desejando-me sonora e sorridentemente uma "Boa estadia!". Reparem, não me felicitou com um "Bom regresso!", nem um "Bemvindo de volta!". Não, desejou-me "Boa estadia" como se soubesse que eu estava passagem e fosse voar de novo na segunda-feira para Amsterdão. Como é que ele adivinhou!?

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Progresso civilizacional

Para além de outras taras, também tiro fotos em casas de banho um pouco por todo o planeta. Tenho uma colecção fixe que partilharei com outro tarado feitichista se me pedir muito. No entanto não é para vos falar desta tara que vos escrevo. Fotos tiradas em sítios destes carregam normalmente mensagens profundas, e esta é suficientemente profunda para reflectir a situação actual da sociedade norueguesa.

Para quem não percebeu ainda bem a mensagem ao olhar para as instruções do dispensador de detergente, fotografado na sua austera e atenta posição sobre a sanita, eu explico. Aqui neste WC pretende-se que o utente, após terminar o seu serviço, limpe bem a sanita para que esta fique a brilhar, usando para isso um pedaço de papel higiénico embebido no detergente. Ou seja, que integre verticalmente a sua actividade relacionada com WCs, passando a ser também o "senhor(a) da limpeza" para além de utente. Daqui a cinquenta anos é bem possível que esta integração tenha atingido os seus limites, com os utentes das WCs norueguesas a depararem-se com um pedaço de terra, uma pá e um misturador de cimento, com o que construirão a sanita antes de para lá verterem as águas e a limparem no final.

Um tuga aqui tende a não fazer nada do que é pedido, porque pensam: "era o que faltava eu a fazer de faxineiro a limpar a caca dos outros"! Um noruegues pensa "tra-la-ra-lo-ló, cá vou eu alegremente limpar as pinguinhas que deixei, pois encontrei isto limpo e quero que o próximo utente usufrua também desta deliciosa experiência"...

Pessimismo nórdico


Agora o outro lado da medalha (isto se leram o post anterior...). É verdade que os noruegueses são optimistas relativamnte ao tempo. Mas no que respeita ao futebol nem tanto... Um amigo ontem ao jantar, enquanto o jogo decorria, não acreditava muito na sua selecção. E a mesma confirmou-o mais logo. ao perder com a Dinamarca, no mesmo grupo onde está Portugal. Cá vão as fotos que tirei do jornal desta manhã. Não percebo norueguês mas devem estar a cascar na selecção... Quanto a nós: aparecemos em primeiro e em maiúsculas!

Optimismo nórdico

Mesas em esplanadas, flores e verduras ao relento. Estou em Oslo em Setembro e tudo parece preparado para aproveitar o que resta do Verão. A questão que se coloca é: mas que Verão?! Na realidade tirei a foto que vos apresento todo transido, a arrostar com uns 12ºC à chuva que fazia ontem. Mais tarde, ao jantar à beira mar ali para os lados de Lysaker, um pouco a oeste de Oslo, já nem tive coragem de fotografar um marujo a trabalhar de manga curta no cais, arrostando com uma borrasca incrível que me deixou encharcado e transido em três minutos de caminhada desabrigada. O vento uivava, a luz desaparecia, a chuva batia, as ondas saltavam. Meu rico Verão! Ao olhar para a foto lembrem-se de um novo dito: "optimista como um norueguês!".

sábado, 3 de setembro de 2011

Tabasco, Vietname e tugas loucos

Se na quarta saí de Dallas para chegar à Cidade do México, ontem voei da capital para Villa Hermosa, cidade capitã do charmoso Estado de Tabasco. A pátria dos habaneros e outras matérias primas com que produzem picantes épicos é também uma região em grande desenvolvimento, devido ao turismo e à industria petrolífera. Mas não é para vos contar isso que vos escrevo. A intenção deste post é apenas a de partilhar esta foto, que em tudo me lembrou uns centos de outras tiradas no Vietname: um veículo motorizado de aspecto esquisito, cheio de objectos estranhos e difíceis de identificar, a passar uma pontezeca sobre (mais) um rio, na altura em que passa um carro transportando um tuga lunático a disparar uma Canon de bolso. Ah que saudades da minha conchichina.... Não farei esperar Saigão e Vung Tau muito mais, antes do final do mês o Asteróide estará por lá caído de novo.

Entretanto já voei de volta à Cidade do México, de onde vos escrevo antes de embarcar rumo a Madrid. Amanhã espero estar de volta ao luso cantinho!

Megalópolis

Há duas cidades no mundo que juntam ao tamanho gigantesco a oportunidade de serem sobrevoadas na aproximação aoaeroporto, quando se chega voando como é apanágio dos Asteróides: São Paulo e Ciudad de Mexico. Não me lembro se já por aqui apresentei alguma de São Paulo. A foto da Cidade do México tive oportunidade de colher quando aqui cheguei na passada quarta-feira. É esmagador. Olhem bem para o gigantismo do que vêem, as casinhas espalham-se como um fugo até invadir as espaldas das montanhas que rodeiam a cidade. Viram bem? Agora concentrem-se e pensem que o avião sobrevoa a cidade mais ou menos pelo meio da mancha urbana. Ou seja, para trás do fotógrafo e para ambos os lados espalha-se idêntico oceano urbano, até perder de vista. Estão a ver o lar dos vinte milhões de pessoas desta urbe espantosa.

Lonesome

Não foi o pôr do sol "comme il faut", mas a alvorada fez o mesmo efeito: lavou a alma e fica como a única coisa de jeito que vi em Dallas, nesta enésima visita que ocorreu no início desta semana. Para que o Asteróide não deixe de assinalar o seu rasto, fica esta visão de cowboy em direcção ao... levantar do sol.