domingo, 10 de janeiro de 2021

A verdadeira América


Assim passou o ano de 2020 sem um único post no Asteróide. Por razões óbvias. Só mesmo uma pandemia para calar o Asteróide... Na realidade, foi mais um protesto: esse ano não mereceu ser lembrado aqui.

Para começar um 2021 que nos trouxe inquietantes acontecimentos dos Estados Unidos, nada como relembrar um post nunca publicado de 2013 - quando o Asteróide calcorreava as estradas da América. Nesta foto, algures entre a Carolina do Norte e Virgínia, estava pacientemente à espera que desempanassem um enorme semi-reboque, que tinha ficado encalhado na estrada. Na foto, o meu filho à esquerda, o dono do carro da frente e eu assistíamos em amena cavaqueira. O resto da família esperava no carro. O barrigudo companheiro de estrada fala orgulhosamente do seu bisavô, soldado confederado do lado perdedor da Guerra Civil americana. Ele próprio, casado com uma senhora que é de origem cherokee-irlandesa, não mostrou qualquer sinal de atavismo sulista. Na realidade, ao saber que eramos portugueses, recordou com satisfação um recente repasto na sua terra, ali perto: um magnífico churrasco de porco no liceu, numa festa do seu amigo Ferreira, casado com uma havaiana.

E foi assim, na América em 2013. Passados 8 anos, decerto ainda mais diversa e enriquecida por todas as culturas, ideias e influências que recebe, passa pelas dores desta mudança. Sejamos positivos e tenhamos esperança na "melhor nação de sempre", feita por todos nós, cada vez mais. Que os ruídos recentes que chegaram do capitólio sejam só os estertores de algo que, na realidade, já não existe. A América é nova, sempre foi e sempre será.