domingo, 22 de abril de 2012

Bem-vinda, D. Primavera!



Quando se lembra, o Asteróide procura uma boa imagem ou desculpa para assinalar a passagem das estações. Pode ser o encerrar do Verão já por Outubro a dentro, ou um cachorrito a nadar num mar de folhas de tons alaranjados e vermelhos, uma folha de vinha acabada de nascer ou qualquer outra marca da partida de uma estação ou chegada da próxima. Mas este ano está difícil. O São Pedro baralhou-se e a Primavera está envergonhada. Apesar de já estarmos no final de Abril a nossa vinha só agora apresenta uns rebentos a deixar entrever algum verde (a poda também foi tarde, diga-se em abono da verdade, porque a malta aqui estava com medo de geadas tardias que lhe dessem cabo da produção). Na parreira da pérgula nem uma só folhinha da videira selvagem se apresentou ao serviço, por enquanto. Depois do "Verão" de finais de Março, a Primavera, preguiçosa, faz-se rogada.

Hoje o tempo está farrusco e não está propriamente calor mas, de repente, olhei em volta e vi a Primavera. Apesar dos verdes em falta, outros já chegaram em força. O ar já se enche de sons da passarada, as minhas sebes verdes escuras estão cheinhas, o plátano já faz ouvir o seu múrmurio verde ao ritmo do vento e, espanto, de repente a macieira está bem florida! Apesar de aparecer tão mansamente, não quero deixar de cumprimentá-la: seja bem-vinda, D. Primavera!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cochicho a la française

Na última noite cheguei pela meia-noite ao hotelzito perto do aeroporto de Toulouse onde pernoitei. Ou seja, onde fiz uma sestinha de quatro horas e meia antes de pôr os pés ao caminho para Bezier, a duas horas de carro hoje de manhã (não tenham demasiada pena de mim porque já estou no meu poiso habitual em Barajas, Madrid, o balcão das tapas - "entretapas" se llama... - no meio da zona J). Mas voltando ao cochicho: merece ficar para a posteridade aqui no Asteróide como simbolo de um dos meus lemas preferidos: as aparências iludem.
O cochicho esmagou-me à primeira vista. Depois de Marriots na Tailândia ou dos enormes quartos de Sheratons um pouco por toda a América (ou na Barra da Tijuca no Rio, hmmm...), passando pelo Hyatts de Singapura, eis-me enterrado no cu de judas em França no quarto de meio metro quadrado (bom, talvez um pouco mais...) que partilho aqui na foto. Nem cabide para as camisas, nem (claro) ferro de engomar, nem... Enfim. Duas mini liteiras onde um gajo grande teria de fazer equilibrismo sonambulo para dormir sem cair, uma sanita, duche e lavatório espetado no meio disto tudo, como podem ver.
Mas... Para o que eu precisava naquele momento de exaustão foi perfeito. Internet super rápida para sincronizar o meu lotus sem chatice nem códigos, um duche acanhado mas óptimo (nem sabem como isto é importante para um gajo que passa metade das noites em hóteis...) e, espectacularmente, duas fichas para carregar os gadjets na cabeceira (a mesma onde queremos o ipad para ler à noite e o blackberry para acordar de manhã), coisa raramente vista em qualquer hotel, por muito luxuoso que seja.
Foram quatro horas muito produtivas.

Ser stkitts&nevisense

No início do mês, após preencher o IRS online, fiz a simulação da praxe para saber o que o meu Ministro das Finanças quer de mim. Numa fracção de segundo deu-me uma avassaladora vontade de ser um stkitts&nevisense. Naquela altura não soube dar um nome ao sentimento que me assolou. Mas depois de ler avidamente o anúncio que aqui partilho, ontem ao jantar no lounge da British Airways em Heathrow, percebi que o que me deu vontade mesmo naquele momento foi ser um stkitts&nevisense... Fiquei a saber que adquirida essa nacionalidade, munido de passaporte de St. Kitts & Nevis e tudo, deixo de pagar impostos. Nem sobre os rendimentos, nem sobre os ganhos de capital e muito mesmo imposto sucessório. Se lerem o recorte ficam a saber que nada disto é impossível: basta comprar uma casinha na pitoresca micro-nação caribenha pelo valor mínimo de 400,000 dólares. Ou oferecer de 250,000 a 450,000 dólares para caridade, conforme a dimensão da prole que trazemos comnosco. A partir daí acabou-se o assalto. Com o nosso novo passaporte, como stkitts&nevisense podemos entrar sem visto em 130 países, incluindo o nosso espaço Schengen e sitíos simpáticos como Singapura ou Hong Kong. Podemos passar a residir o tempo que quisermos na nossa nova pátria (eventualmente na nova casa de campo) e o Governo nunca mais vai conseguir fazer o TGV. Pronto.
Por outro lado... E se eu passar a acreditar que o dinheiro até é bem usado por cá? Por enquanto tenho dúvidas. Mas também ainda me faltam uns anitos para me decidir. Tantos quantos terão de passar até ter dinheiro para a minha nova villa no Caribe...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Andreas Englund

Na segunda-feira jantava eu em Oslo (no "melhor sushi a Oeste de Tokyo"' segundo o meu convidado) quando me deparei com este super-herói improvável. O artista descobriu um filão e dedica-se a capturar o mesmo super herói em vários momentos destrambelhados e improváveis. Parece que faz bom dinheiro a vender cópias, em grandes formatos. Para além da versão idosa que posa aqui no Asteróide o restaurante apresentava pelas paredes outros momentos espantosos do anjo caído. Fiquei a saber que mesmo quando era mais novo não conseguia abrir boiões de doce, que tinha pânico do dentista e era incontinente. Pelo menos é o que parece ao vê-lo num dos quadros a urinar lá do alto para cima dos arranha céus da cidade que provavelmente esperaria proteção em vez de um duche... Enfim, chega até a engasgar-se numa Última Ceia moderna, ao ponto do cozinheiro se preparar para lhe pespegar uma paulada nas costas para soltar a feijoca.

O velho super-herói acabou por chegar ao Asteróide como simbolo destas duas últimas semanas: muito voo faz-nos velhos mais depressa. Depois de Londres, Bolton, Aberdeen e Amsterdão na semana passada e de Oslo e Londres de novo esta semana (com um fim de semana em casa pelo meio), escrevo-vos agora de Toulouse. Já nem capa resta ao Ateróide...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

On the air again...

Depois de fim de semana em casa... De novo prestes a voar. Desta vez para Oslo. Brrr... Até já.

sábado, 14 de abril de 2012

Cores de Primavera é na Holanda




Há momentos em que ao Asteróide fica melhor ficar calado e deixar as fotos fazer o discurso. É o caso hoje, para partilhar o que parecia ser o mais prosaico dos momentos:aterragem em Schipol, na Holanda. Prosaico porque me acontece muito aterrar em aeroportos. O que não acontece com tanta frequência é ficar fascinado com o que se vê pela janela. Ficam para a posteridade os campos coloridos da Holanda na Primavera, entre canais e sem mais discurso. Para além de uma pergunta: serão túlipas?

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Telhados de Aberdeen

É quase milagroso este sol matinal aqui na Escócia. Pela amostra de ontem esperava hoje mais do mesmo: frio, vento e chuva. Pelo menos o sol voltou, acho que o frio de rachar se mantém aqui por esta estranha Primavera nas margens do Mar do Norte.
E, tal como o sol, voltaram as fotos ao Asteróide. Os telhados e as gaivotas de Aberdeen inauguram a Nova Canon ixus 500HS, a reencarnação da velhinha (e falecida) Canon ixus 850. longa vida aos novos olhos do Asteróide! Até breve, por aí.