quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Um Natal de manga curta


E lá estava eu, atravancando a passadeira que cruza a Orchard Road no cruzamento com a Scotts Road, em Singapura, para tirar esta foto. Se há ponto G do diabólico consumismo de Singapura é precisamente este cruzamento... Claro que o Natal já está em grande, como podem ver pelas iluminações da Orchard Road, considerada a rua com maior quantidade e densidade de centros comerciais no mundo, quilómetros de Pradas, Rolexes, Armanis, luxuosamente distríbuidos por dezenas de shoppings enormes. Um festim... Se tiver paciência talvez ponha online um album de fotos deste passseio de uma hora ontem à noite no coração da cidade.

Rapidinha: a incrívelmente internacional Caldeirada a la Asteróide

Uma moça filipina acabou de me telefonar, a mim, inveterado nabo culinário, para eu lhe dar a minha receita de caldeirada. Empregada como “made” numa casa de família chinesa toda a semana, quer cozinhar o meu prato esta noite para os seus patrões chineses... Meu Deus, é a minha coroa de glória!

Este é o único prato de minha invenção (é uma caldeirada sui generis...) e de facto consigo servi-lo para geral satisfação e aprovação dos raros convivas que já o provaram (eu sozinho em casa, por exemplo, como terapia no final dos dias mais acelerados, ou a minha cara metade e os meus miúdos quando de 3 em 3 meses estamos juntos!). Num famoso convivio tuga aqui em Singapura há uns meses, no Les Chameaux Bar, a minha caldeirada aguentou estoicamente o embate com uma feijoada maravilhosamente confeccionada por um casal de amigos aqui também desterrados e toda a malta gostou (venham de lá os comentários ao post, ó companheiros tugas de Singapura, sempre quero ver se andam a ler isto...).

Estou mesmo orgulhoso... Bem, orgulho à parte, não esqueci que ainda vos devo o relato das minhas andanças em Macau. Espero conseguir pôr-me em dia até ao final do fim de semana... Até porque para a semana volto a voar de encontro a mais um destino exótico!

A foto: a caldeirada à Singapurense em 2019, ainda vivinha da Silva.



segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Hong Kong, último episódio...


Já sei, estou a abusar de Hong Kong... Mas este é o post definitivo sobre Gothan City, prometo! E que é ilustrado pelo álbum de fotos mais completo, pelo que os que tiverem paciência podem finalmente passar das impressões laterais para uma ideia mais abrangente da cidade.

Para nos movermos mais rápido em Hong Kong há que palmilhá-la cá por baixo, a norte, nunca muito afastado do Victoria Harbor, a costa virada para Kowloon. É nessa franja que se concentram os maiores arranha céus, os centros comerciais e as principais artérias por onde se pode rápidamente navegar no eixo Leste - Oeste, apanhando o tram, o metro (a Island Line, que não experimentei) ou a pé. Uma alternativa também fácil é caminhar de edifício em edifício com um certo desafogo usando as passadeiras superiores que os unem, apanhando às vezes os passeios cá embaixo quando a vista vale a pena. Mas para "mergulhar" devidamente em Hong Kong há que penetrar para Sul, logo que chegamos à vertical de uma zona que vale a pena explorar. Para Sul a cidade sobe e adensa-se em ruas estreitas, cobertas de cartazes e anúncios, de lojas, de venda ambulante em muitos zonas, de bares e restaurantes noutras. Aqui ou ali encontram-se pequenos oásis de paz ou de espaço, como o Hong Kong Park no Central District, o Victoria Park mais a Leste em Causeway Bay ou o templo de Man Mo, no Western District, não longe do meu hotel. Destaco o que em Hong Kong mais me fascinou: subir ao The Peak (Victoria Peak), do qual já falei em posts anteriores, a 396 metros de altura e com uma vista fabulosa sobre a cidade, visitar a mini-feira da ladra de Cat Street, nas imediações de Hoolywood Road e usar o escalator, sobrevoando o bulício de Hong Kong até chegar ao SoHo para comer algo num restaurante castiço. Bom, vejam mas é o álbum...

Transportes em Hong Kong: algo de "dejá vu"...


Criei um álbum que passa os olhos por um conjunto de transportes utilizados em Hong Kong durante os dias "à turista" de 7 a 10 Novembro de 2007. O meu preferido é o "tram", a modos que como o nosso amarelo da carris, também eléctrico... mas com dois andares! E coberto de publicidade. Mas também encontrarão outras fotos familiares, como o "cacilheiro" como o de Lisboa ou os taxis Toyota Crown (como os de Singapura).

sábado, 17 de novembro de 2007

Arranhando os céus em Hong Kong

Claro que umas das imagens mais conotadas com Hong Kong são os seus arranha-céus... E merece a fama, pois rodando desde os 420 m do IFC2 (inaugurado em 2003, com direito a um honroso 6º lugar na hierarquia mundial dos arranha céus) até às formas arrojadas do Bank of China, o pescoço passa o tempo a contorcer-se para conseguir apreciar devidamente a visão. Os panoramas de conjunto, com o Central District da Ilha de hong Kong visto do outo lado do canal (de Kowloon) ou do alto do The Peak merecem bem a visita por si só! Ficam as imagens, algumas repetidas dos mesmos edifícios mas em vários ângulos... Quem estiver em Hong kong com uma câmera fotográfica nas mãos sente-se como um fotógrafo de moda liliputiano rodeado de dançarinas de aço e vidro vestidas... Gostaria de ir a Nova York, que não conheço: um marujo americano que se cruzou comigo num eléctrico disse-me que desde as "caves" das ruas fumarentas até ao topo dos arranha céus Hong Kong lhe fazia lembrar New York!


Para um fotógrafo de jeito com uma camera melhor e com um tripé, tudo detalhes ausentes durante a passagem por Hong Kong, poderia trazer-vos fotos nocturnas espectaculares do "sky line" de Hong Kong... Em vez disso terão poucas e nem por isso muito boas fotos tiradas de noite, resultado das minhas experiências com a camera em manual (uma desfocagenite aguda alastrou a quase todas, ficando impróprias para serem partilhadas...).

Lisboa, 29 de Janeiro de 2006

Singapura? Hong Kong? Vietname? Malásia? Indonésia? Macau? Angola? Cuba? Tailândia? Brasil? Não, na maior parte dos momentos quero mesmo é estar em casa, em Lisboa, mesmo que neve! Esta foto é do famoso 29 de Janeiro de 2006, quando nevou em Lisboa pela primeira vez em mais de 50 anos. Foi poucas semanas antes de eu marchar para Singapura...
Peço desculpa por este momento de saudade... O programa voltará a Hong Kong dentro de momentos...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O caldeirão humano de Hong Kong



Hong Kong fervilha com pessoas de todos os tipos e em todas as posições da "cadeia alimentar" social. A etnia dominante é a cantonense, e é na sua lingua que falam entre si normalmente (e não em Inglês, nem em Mandarim que é suposto ser a língua franca na China). Singapura contrasta com Hong Kong nesse aspecto, por o Inglês ser a língua que todos usam. Quando não é assim é porque duas pessoas da mesma etnia estão a sós e acabam por usar a língua materna (malaio, tamil, mandarim ou outros dialectos chineses). Em Hong Kong, pelo contrário, cruzei-me com muita gente que mal falava inglês... E que nem mesmo Mandarim falava! Esta coisa da língua é aliás causa de atrito entre Cantão e o resto da China, ou antes, entre os cantonenses e o “Poder” em Pequim ou Changai. O Comité Central não papa bem esta mania dos Cantonenses dizerem que a lingua do Cantão é que é “O” Chinês e o que o Mandarim é um “dialecto”. E conheço pelo menos um russo, com origem alemã, que fala português e se sente macaense, que concorda com os Cantonenses. E ele sabe o que diz, pois fala fluentemente Mandarim e Cantonense! Mas isto já são histórias para posts futuros, vamos agora ficar com as personagens de Hong Kong. As imagens falam por si...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Atribulações de Batman em Hong Kong







Se pensam que isto de ter estado em Gotham City (vejam o post anterior...) é só uma figura de estilo, uma metáfora para armar ao pingarelho, estão muito enganados! Na realidade tive (mesmo) o prazer de me cruzar com o Batman em Hong Kong, como podem ver pelas fotos... Estava a passar pelo “Escalator”, uma passadeira mecanizada que sobe pelo Soho acima no Central District de Hong Kong, quando fiquei entupido numa aglomeração de gente a tirar fotos lá para baixo, para as ruelas que passam 10 metros sob a passadeira. Espreito também e começo a tirar fotos mesmo antes de saber o que era, esticando o braço entre dois ou três concorrentes na primeira fila... Foi assim que apanhei o Morgan Freeman da foto que podem ver, em plenas filmagens do “Dark Knight”, o próximo filme do Batman que estreará em 2008. Quando me fartei dos apertos dirigi-me ao outro lado da passadeira, onde não estava quase ninguém. Estava serenamente a tirar fotos do material de filmagem empilhado nos passeios da ruela quando pára um Mercedes Classe S e se ouve um burburinho... Pois era o Batman, AKA Christian Bale, a sair do carro a uns 20 metros de distância de onde eu estava. Por um instante fui o mirone mais bem posicionado daqueles milhares de turistas a encher o “escalator”! E cá vai a foto também, assim um pouco de ladecos...

Claro que as filmagens do Batman em Hong Kong foram motivo de muito zumzum nos jornais, e no dia seguinte às fotos que tirei surgiu o cartoon que também partilho convosco... Nem o Batman se safa no meio da esmagadora Hong Kong!

Da Legolândia para Gotham City


Estas são as primeiras impressões de um “Singapurenho” ao chegar a Hong Kong... Mais tarde partilharei convosco mais relatos e imagens (não tenho tido muito tempo para digerir as milhentas fotos que tirei nem para blogar sobre as aventuras do último fim de semana prolongado...)

Quando vos falo de Hong Kong refiro-me apenas à metrópolis que se aninha na costa norte da ilha de Hong Kong, no sopé do The Peak. O território completo da Região Administrativa Especial (RAE) de Hong Kong é bastante maior que eu esperava, maior mesmo que Singapura (1042 Km2 contra 682 Km2). No post anterior podem comparar os mapas de ambos os territórios e saber detalhes sobre cada país clicando nos mesmos. Na realidade a RAE de Hong Kong inclui até zonas com campo e praia, tanto na costa Sul da Ilha de Hong Kong como em vastas áreas dos Novos Territórios, a Norte da Ilha e ligando com a eufemisticamente chamada “main land” (a China...). Hong Kong, como Macau, pertence à China desde 1997 (Macau desde 1999) mas ainda goza de um estatuto de autonomia especial durante 50 anos, mantendo uma identidade muito forte. Usam o termo “main land” de forma semelhante ao termo “continente” usado pelos Portugueses das ilhas Atlânticas.

Para quem vem de Singapura, um paraíso urbano todo arranjadinho, espaçoso e verdejante mesmo sob a sombra dos arranha céus (onde os há), a primeira impressão quando se “mergulha” em Hong Kong é esmagadora... Esta metrópole é em muitos aspectos considerada semelhante a Singapura (em dimensão, história – passado Britânico, pujança económico-financeira, população maioritáriamente de etnia chinesa). Mas na realidade são dois espaços completamente diferentes! O título deste post diz tudo: se Singapura parece a Legolândia (ouvi este paralelismo da boca de uma senhora Portuguesa em Macau, que aprecia mais a confusão de HK que a paz de Singapura...), Hong Kong faz lembrar Gotham City! O espaço entre arranha céus é muito mais diminuto, as ruas mais sujas e cheias de população, lojecas chinesas a vender de tudo por todo o lado, becos e ruelas entalados entre gigantescas paredes, sobrevoados por passadeiras aéreas que ligam os arranha-céus, onde milhares de pessoas se fazem às suas vidas sem repararem que estão num autêntico filme... Por falar em filmes, o título Blade Runner também me ocorre de vez em quando, aquela noção de cidade multi-nível onde os píncaros de aço e vidro rebrilhante albergando uma população sofisticada contrastam com as profundezas fumegantes onde seres barulhentos andam aos encontrões no meio do labirinto de lojas, tascos, vendas ambulantes...

Bom, é só uma primeira impressão! Vou digerindo as fotos e relendo as notas do meu Moleskine para em breve vos dar mais detalhes...

Singapura vs. Hong Kong





Vamos todos reclamar a Pedra Branca!


Estava eu a pensar com os meus botões como poderemos nós não perder as estribeiras ao ouvir histéricos “gritos do Ipiranga” provenientes de energúmenos como o iminente Gabriel Drumond (que clamou recentemente pela independência da Madeira) quando a solução me apareceu escarrapachada num jornal de Singapura: o caso Pedra Branca! Se é verdade que a Madeira é Portuguesa concerteza, não deixa de ser notório que uma franja da população nacional, à força de abusar da boa vontade de um estado democrático e tolerante, endoidou a um ponto que pode estar para lá da recuperação... Se os Portugueses que nasceram e vivem na Madeira concordassem (o que eu duvido...), porque não utilizar a ilha para internar para todo o sempre abéculas como o senhor Drumond da notícia, o respectivo Presidente Regional e, já agora, todos os outros serial-abusadores da República e da nossa paciência que pululam por todo o país, desde caciques dados a autarcas a presidentes de clubes de futebol dados a caciques? Claro que perderíamos uma fatia da nossa Zona Económica Exclusiva (ZEE), mas é aí que entrava a Solução Pedra Branca!

Tal é o nome (tal e qual o escrevo, em bom Português!) dado a uma ilhota que pouco mais é que um rochedo granítico, onde só cabe um farol, erigido pelos Ingleses no século XIX. Os Portugueses baptizaram o rochedo no inicio do Século XVI (vejam este artigo na Revista da Armada). E Pedra Branca ficou por alva ser a côr do guano ressequido deixado por muitas gerações de aves marinhas que abundam por aquelas bandas...

A Pedra Branca está a 25 milhas náuticas de Singapura e é disputada por Singapura e pela Malásia. O caso é actual porque está neste preciso momento a ser apreciado por um juri do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) cujo veredicto, esperado lá para Junho do ano que vem, ambas as partes admitem aceitar. Mas atentemos aos argumentos das partes(espreitem os detalhes na Wikipédia). A Malásia esgrime que a Pedra Branca pertencia ao Sultanato de Johor (sim, aqueles morecões que se aliaram aos Holandeses para nos correr de Malaca em 1641...) desde tempos imemoriais, “imemoriais” significando meados dos século XVI. E Singapura argumenta, com alguma razão, que a Malásia sempre se esteve borrifando para a dita Pedra desde que é independente e que tem sido Singapura a limpar a caca das aves e a acarinhar o seu Farol. No recorte que coloco no post o jornalista relembra apenas a treta de um navegador Holandês de segunda (que deve ter chegado cá por engano com uns mapas mal amanhados copiados em terceira mão de originais roubados aos Portugueses) falar sobre a Pedra Branca em 1583. Sessenta ou setenta anos depois dos Portugueses estarem carecas de conhecerem o pedregulho como marco nas suas rotas para a China e as Ilhas das Especiarias! Ninguém se lembra de trazer a terreiro porque é que a porra da Pedra Branca se escreve P-e-d-r-a-B-r-a-n-c-a?! A verdade é que décadas antes do Sultão tropeçar na Pedra e mais de 400 anos antes da independência da Malásia e de Singapura já a Pedra Branca era Portuguesa. Pronto. Tenho dito.

E cá está a solução: mandar imediatamente uma comitiva Lusitana a Haia (vai dar um particular gozo fazê-lo debaixo do nariz dos Holandeses...) e reclamar a Pedra Branca para a nossa bandeira perante o TIJ! Resolvido o assunto, trocaremos a metade da ZEE que perderemos com a “libertação” da Madeira (e com a nossa “libertação” dos furúnculos que mancham o Estado Democratico em que gostamos de viver) por uma outra, muito maior! Uma faixa de umas milhas valentes de largura, saindo do Algarve para cruzar o Mediterrâneo, passando o Suez (passava a ser nosso, claro, temos jeito para portageiros...), o Mar Vermelho (finalmente vou poder dar uns mergulhos de jeito em águas nacionais!), roçando a Peninsula Arábica de forma a catar um terço das reservas de petróleo offshore do mundo, continuar pelo Índico até ao Mar de Andaman, meter pelo estreito de Malaca (a nossa vocação portageira seria aqui exercida pela 2ª vez, 500 anos depois!), passar ao largo de Singapura e, finalmente, chegar à nossa nova possessão. Já estou a ver a nossa bandeira a flutuar no farol da Pedra Branca!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Cromos de Koh Lanta


Os meus tempos livres (as noites até à 1 da manhã e o último fim de semana quase inteirinho) desde que regressei do meu fim de semana prolongado de mergulhos na Tailândia têm sido dedicados ao meu mais recente hobie: peixes... Sinto-me como quando era miúdo a fazer colecção de cromos ou a ler os calhamaços do Readers Digest, daqueles cheios de bichos coloridos e em vias de extinção. Consegui reunir num álbum online (quase) toda a bicharada que capturei com a minha camera durante os três dias de mergulhos ao largo de Koh Lanta, de 26 a 28 de Outubro de 2007. Foram quase 6 horas debaixo de água! Para classificar os bicharocos uso uns livros lindissimos sobre a vida nos corais que comprei aqui em Singapura. Talvez um dia venha a fazer um blog só para isto! Além dos peixes podem espreitar outro álbum, onde reuni as fotos da malta no barco e debaixo de água, antes, durante e após os mergulhos.

Koh Lanta está situada na costa na costa Oeste da Tailândia (o mar de Andaman, já parte do Oceano Índico) mas a Leste das Phi Phi e de Phuket. Só em 1996 ficou ligada à electricidade. No mesmo ano inaugurou-se a ligação por ferry para carros entre o continente e as duas ilhas principais que compõem este distrito da província de Krabi (ambas as travessias não são mais que umas poucas centenas de metros...). Um clã de Chao Ley (os "Ciganos do Mar") ainda habitam estas paragens, tentando preservar os seus costumes antigos, mas a população de hoje é uma mistura de Tailandeses budistas e muçulmanos, chineses, malaios e... Suecos! Estes últimos dominam o desenvolvimento recente do turismo nesta zona. Não sei porquê, o que é que os trouxe, mas práticamente colonizaram Koh Lanta! Os Vikings são donos dos resorts, das empresas que organizam os mergulhos, têm restaurantes Suecos, escolas Suecas. E tal como os chalets suiços dos nossos imigrantes quando regressam a Portugal, aqui os Suecos gostam de viver sobre telhados zincados preparados para a neve, em vez de usar a magnífica arquitectura rural Tailandesa!

Cheguei numa quinta-feira à noite a Krabi, capital de provincia, com um casal amigo. Krabi fica a norte de Koh Lanta e tem um aeroporto novo para escoar os números crescentes de turistas (começa a ser uma alternativa a Phuket, do outro lado do golfo). Voámos para lá na Tiger Airways por pouco mais de 100 euros cada. Um motorista do resort apanhou-nos e demorou duas horas e os tais dois ferries para nos despejar finalmente, pelas 1.30 da manhã, no Noble House resort na Klong Dao Beach, na ilha de Koh Lanta. O resto foram 3 dias de mergulhos no Índico, ao largo de Koh Lanta. Saíamos de manhã pelas 8 da manhã e estávamos de volta pelas 4 da tarde. Mas ainda deu para um relax de vez em quando na piscina, duas doses de massagens na praia e uns copos num bar "rasta" surreal! Espreitem o album “Koh Lanta a seco”... E não se esqueçam dos albuns “Peixes” e “Divers”!

domingo, 4 de novembro de 2007

O choque dos Mundos aplacado por Buda: a feérica Bangkok


Bangkok foi a primeira paragem, de poucos dias, antes de rumar a Phuket numas miniférias no início de Julho de 2007. Aqui o Primeiro Mundo tipo-Singapura choca-se com o Terceiro Mundo tipo-Saigão de uma forma desconcertante. A cidade moderna dos shopping-centers ultra modernos e dos arranha céus flutua no seio da sujidade, exotismo e caos típicos das metrópoles Ásiaticas. Talvez Buda zele pela harmonia desta mistura pouco natural... Verdadeiros oásis de paz espalhados um pouco por toda a cidade, os templos (milhares...) zelam pelo espírito dos passantes com os seus budas de jade, pagodes dourados e monges de laranja vestidos, salvaguardando quem necessita da vibração demente do ambiente urbano de Bangkok. Quando a paz se torna aborrecida, o cidadão ou o turista pode mergulhar de novo no bulício, rumando por exemplo ao mercado de Chatuchak (12 hectares revestidos por 8,500 lojas-tendas a vender de tudo!) ou satisfazendo a líbido na zona de Patpong com os seus bares go-go.

Bangkok é também a cidade de todos os meios de transporte: chega-se de avião, apanha-se o taxi para o hotel, usufrui-se do moderno metro para visitar os mercados dos arredores, sobrevoando a cidade em viadutos futurísticos ou mergulhando no seu subsolo, apanha-se o barco de carreira para avançar umas paragens rio acima (o Chao Phraya, verdadeira artéria da cidade), salta-se para uns barquitos tipo gôndolas motorizadas para percorrer os canais da labírintica Bangkok “profunda” e, last but not the least: o tuk-tuk! Claro, aqueles triciclos de motor a dois tempos que enxameiam as ruas e que por 20 ou 40 bats (50 cêntimos a 1 euro...) nos levam por todo o lado. Até de graça nos carregam, acho, se os deixarmos arrastarem-nos pelas lojas de Bangkok que lhes pagam comissões!

Os Tailandeses são de uma simpatia desarmante, em geral. Há sempre um sorriso, mesmo que seja o de um condutor de tuk-tuk a fazer-se despercebido para nos despejar num alfaiate manhoso, numa rua esconsa... A limpeza das fardas escolares contrasta com os farrapos dos mendigos, da mesma maneira que os shopping centers de Rama I contrastam com as barracas nas margens dos canais.

A densidade de templos em Bangkok é impressionante. E no coração de Bangkok, no ponto da margem do Chao Phraya onde encontramos o complexo do Grande Palácio Real, a riqueza dos edíficios e dos seus conteúdos é fabulosa... Mas não só. Um pouco por toda a cidade, desde o Golden Mount Temple no topo de uma colina com vista magnífica até ao Buda Dourado (5 ton de ouro maciço...) escondido num templo algures numa rua mais perdida, os pagodes sucedem-se e os dourados ferem-nos a vista.

Um conselho: se forem a Bangkok façam como eu mais a minha companhia: esfalfem-se nos mercados, sacudam-se de barco pelos canais, dêem cabo dos pés a calcorrear templos e, quando estiverem bem derreados e suados, vão usufruir do chá das cinco no The Authors Lounge do Oriental Hotel. É chegar ao céu. O chá de primeira, os scones a babarem manteiga derretida e compota caseira, a terrina cheia de bolinhos, tudo a ser saboreado ao som de uma guitarra clássica tocada ao vivo, suavemente, no sítio onde Conrad em 1888 ou Sommerset Maugham em 1923 já beberricaram o seu chá...

Espreitem por partes a Cidade, as Pessoas e os Templos nos albuns que publiquei no Picasa online.

A Grey Area da Gay Law: uma Guterrada em Singapura...


É a Secção 377A do Código Penal da República de Singapura. Proíbe terminantemente o sexo entre homosexuais masculinos em Singapura, mesmo no recato da sua privacidade. Curiosamente nada diz sobre sexo entre lésbicas... É daquelas hipocrisias que Singapura ainda não conseguiu debelar. Porque a realidade, mesmo aos olhos dos heterosexuais como eu, é que Singapura é um local particularmente aberto aos gays, desde os transsexuais Tailandeses que pululam na noite até aos mais recatados cidadãos comuns, que se juntam nos bares conhecidos como ponto de encontro da vasta comunidade homosexual local. E os que sentem necessidade de tal não se coibem de se vestirem ou mexerem mais amaneiradamente: ninguém os incomoda por isso.

Em Setembro, decorridos 23 anos desde a última revisão do Código e após um período de reflexão e “debate” (interno...), o Governo anunciou as revisões feitas ao Código Penal que se julgaram necessárias. Uma muito esperada decisão seria a eliminação da aberrante Secção 377A. Muitos activistas, nos jornais e na net, homosexuais ou simplesmente cidadãos mais evoluídos que o grupinho de retrógrados que o Governo não quer ofender, clamaram pelo fim da hipócrita lei. Mas os abaixo assinados e cartas ao Primeiro-Ministro não resultaram: a 18 de Setembro os jornais anunciaram as revisões e a 377A lá continuava...

O brado de revolta que se seguiu, sem se comparar com alunos a baixar as calças à frente de Ministros ou polícias a brincar aos bombeiros como em Portugal, foi invulgarmente sonoro para os padrões de Singapura. Nos jornais e na internet, mais fielmente esta última, muito boa gente “cascou” forte e feio na falta de coragem do Governo. Ao ponto de o Primeiro Ministro Lee Hsien Loong ter que vir fazer um discurso para aplacar as massas, uma verdadeira pérola ao melhor estilo uma-no-cravo-outra-na-ferradura dos tempos do nosso PM Guterres. A mensagem de Lee foi bastante simples: mantiveram a Secção 377A porque em Singapura ainda existe uma “maioria conservadora” que não aguentaria tais mudanças (não sei como é que o PM mediu a dita “maioria”). No entanto não se esforçarão por implementar a Lei! É a chamada “Grey Area”: faz de conta que a Lei existe mas para efeitos práticos não se aplica... Dito pelo PM de Singapura: 'If we force the issue and settle the matter definitively one way or the other, we will never reach an agreement... Instead of forging a consensus, we will divide and polarise our society', explicou Lee!

A imagem que ilustra o post foi retirada de um dos blogues que se dedicaram ao tema. Podem ainda espreitar o teor da mensagem do PM Lee. Ou o site do mais barulhento movimento pelo Não ao 377A.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Safari Tailandês... a 18 metros de profundidade


Estou de volta. Atrasado, eu sei... E só de raspão, a energia é pouca depois de uma semana dura de trabalho. Isto de meter um fim de semana grande para ir a banhos na Tailândia paga-se com muito suor e pouca inspiração para escrever. Mas para que vocês, essa minoria hiper-culta e super-amiga (só mesmo...) que frequenta este blog não continuar à espera de mirabolantes aventuras em vão, decidi dar sinal de vida. E cá vão as primeiras fotos dos meus mergulhos em Koh Lanta, Tailândia, 6 horas debaixo de água distribuídas por 3 dias de 26 a 28 de Outubro. Em breve publicarei o álbum completo, dentro e fora de água e ficarão a conhecer melhor aquelas paragens. Mas por hoje só mesmo a Moreia Gigante (este bicho tinha para aí metro e meio de comprimento, a cauda saía da rocha do lado oposto!) e, se rolarem a página para baixo, a Tartaruga de Pente, o Long Fin Bannerfish (ó pá, não sei traduzir bannerfish, mas que a barbatana é comprida é...), o Peixe Palhaço (o famoso Nemo na sua anémona), o Peixe Leão (aquele vermelho cheio de espinhos), o Tubarão Leopardo (que passou quando tinha a minha lente embaciada!), o Clark (outro frequentador de anémonas) e o horroroso e bem camuflado Peixe Escorpião (este pode matar, se o pisarmos, é uma espécie de peixe aranha ao cubo...). Bom mergulho.