segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

"Joga bonito" leva seis na pá...


Acho que foram seis-a-zero, mas como a foto que acima documenta ninguém nessa noite de 31 de Outubro do ano passado ficou deprimido. Éramos seis tugas, um sérvio, um equatoriano e, claro, uma maioria de Singapurenhos, jogando futebol 11 contra outra equipe de jovens jogadores locais. Relembro este episódio um pouco por saudosismo, pois embora esteja a escrever-vos de Singapura vou no final da semana voltar à base. E apercebo-me que me fartei de escrever sobre os arredores Asiáticos aqui da Lion City e nem por isso sobre Singapura, onde tenho vivido. Vou fazer por recuperar terreno neste capítulo.

Infelizmente não houve arte futebolística que nos safasse... Os adversários jogavam todas as semanas, eu por mim já não jogava desde que o Reagan era Presidente dos EUA (acho...) e todos os tugas apesar de darem uns toques jeitosos não estavam rotinados na coisa. Verdade se diga que quando entrei, para fazer miséria a lateral esquerdo, já havia 4 - 0, nada de histórias, por mim os putos adversários nunca passaram (acho que tiveram pena...). Bem, a verdade é que o campo, ali para os lados de Ang Mo Kio Ave 3, mais parecia um batatal. E não tinha balneários, nem um buraquinho para fazer uma mijinha, nem um bebedouro... Desde o Euro 2004 com os seus magníficos estádios que nós os tugas não papamos disto, falta de condições assim não, por favor! Bem, ficou a foto. Um dos que está na foto arriscou-se a ser preso e vergastado por em desespero de causa se ter aliviado, de cócoras e por uma nesga da perna do calção enquanto assobiava para o lado, quando estava no banco. Outro sorri alegremente, longe de saber que um par de meses mais tarde havia de partir uma perna noutro jogito deste tipo... E eu, bem, acho que posso tirar férias da bola durante mais umas décadas...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A surpresa Persa


Já tinha saudades do Asteróide... A verdade é que não tenho tido tempo de cá vir. Neste momento estou de volta a Singapura, desta vez em visita mais fugaz. Apercebo-me agora que o Asteróide tem estado em órbita Geostacionária sobre o Extremo Oriente. Acho que é tempo de começar a rebuscar o meu arquivo para o enriquecer com outras paragens.

Em Maio de 2003 fiz uma visita relâmpago de duas noites a Teerão. Foi o tempo de me surpreender q.b. e arrumar com alguns estereótipos... Voei do Dubai, onde também ia frequentemente em trabalho na altura, e aterrei já de noite. O meu passaporte exibia um magnífico visto colado numa página inteira, cheio de cores e marcas de água, do tipo que mais tarde havia de experimentar em países igualmente desenvolvidos como a Indonésia e o Vietname. Para minha surpresa tinha à minha espera uma beldade persa de 28 anos, super descontraída e falando fluentemente Inglês. Era a Shadi, da agência que tinha contratado para me conduzir durante a estadia, junto com um rapaz dado a motorista mais o seu carrito. Passada uma hora já tinha transitado pelo hotel a tomar um duche e estava com a Shadi a beber cerveja (sem álcool!) num parque a Norte de Teerão, já passava da meia-noite. E esta, hem? Bom, a verdade é que o seu marido, um jovem engenheiro trabalhando numa empresa de produção de electricidade, se juntou a nós mais tarde... O parque está alcandorado nas faldas dos nevados picos no sopé dos quais a cidade se aninha e do bar tinha-se uma magnífica vista sobre a cidade.
A cidade é dominada pelas montanhas Alborz, que ocupam todo o horizonte virado a Norte. Fiquei albergado num decadente hotel de 5 estrelas com cheiro a mofo e uma patine a-la-anos-setenta feita de alcatifas, brilho de cromados, padrões com bolas vermelhas e candeeiros de globo pendurados do tecto. Visa? Népias, só em cash... O trânsito é infernal. A cidade, a espaços, tinha algo da Lisboa da minha meninice. Não sei explicar o porquê deste sentimento... Desde o hotel com o espírito dos anos setenta até aos bairros mais calmos onde até nas ruas estreitas havia árvores, passando pelos cafézinhos ou tascas abertos prodigamente um pouco por todo o lado, debaixo das varandas.... enfim, não sei explicar, mas cheirou-me a Lisboa!

Bom, espreitem mas é as fotos. Desculpem serem de má qualidade, naquela altura usei uma camera que pouco mais era que uma webcam !