domingo, 23 de outubro de 2011

O fim do Verão

A imagem capturou o momento: sexta-feira 21 de Outubro às seis e meia da tarde. Foi para mim o instante em que este Verão acabou. Tinha acabado de dar o último mergulho do ano na piscina e o sol punha-se (às seis e meia!). A água estava mais fria do que o desejável e com mais folhas do que eu gostaria. E a previsão concretizou-se no fim de semana com chuva a rodos como se vê, agora que é Domingo e nos preparamos para uma segunda-feira chuvosa de Outono. Não será agradável mas é natural, se pensarmos que Novembro já bate à porta... Pelo menos estou em terra e não em órbita!

domingo, 16 de outubro de 2011

Convertidos a Baco

Com este post ponho finalmente a escrita em dia. Refere-se à passagem por Aberdeen em Agosto, quando constatei que o que eu pensava ser uma excepção afinal é a regra. Refiro-me à decadente tendência dos escoceses em transformar igrejas em bares...

A última vez que tinha passado por Aberdeen, em Novembro do ano passado, tinha descoberto o que pensava ser uma curiosidade pitoresca: o bar Soul, que ocupava o que em tempos havia sido uma igreja em plena Union Street, a rua principal da cidade. Desta vez as poucas horas que tive disponíveis ao fim da tarde puderam ser usadas para um passeio, pois em Agosto anoitece bastante tarde nestas latitudes elevadas. Desci a Chapel Street (a toponímia parece querer compensar a malvadez que fazem às igrejas...), onde o meu hotel ficava, virei à esquerda para nordeste na Union Street e não parei até virar à esquerda de novo na mui recomendada Belmont Street. Nesta rua encontra-se um bom número de tascos, pubs e bares, a começar pelo Slains Castle (cujo edifício estranhamente já dá areas de igreja...) e a acabar no priorado da foto. Que já não é priorado, claro está, mas sim Priorado de sua graça, nome de bar. De igreja do prior já não tem nada, transformado que está num local de copofonia. Não entrei mas posso assegurar-vos que não foi a última ex-igreja que vi assim metamorfoseada em Aberdeen. Pelos vistos os escoceses converteram-se a Baco...

Glória Gomes

O lado obsessivo do Asteróide obriga-o a fazer uns flash-backs, neste caso de umas semanas para trás, para não deixar nenhuma escala dos seus périplos por assinalar. Daí não ser de estranhar a foto que vos apresento, que muitos de vós já terão reconhecido: Londres, a ser sobrevoada algures em Agosto. Por lá pernotei um par de noites, antes e depois da ida à Escócia vai para mais de mês e meio. A missão incluiu dois jantares com interlocutores diferentes, em anódinos hoteis de arredores da grande cidade. E é aqui que o título começa a fazer sentido: refere-se à empregada que me serviu num desses jantares. Estava eu a escolher o vinho quando ao pedir conselho à moça vejo o crachá com que se identificava na lapela: "Glória Gomes". Boa! Comecei imediatamente a dirigir-me à senhora em português, intrigado com um par de vinhos Tugas que surgiam no cardápio e dos quais nunca ouvira falar.

Mas fiquei a saber o mesmo. A Glória não só não sabia nada de vinhos portugueses, como não sabia falar português de todo! Nem ela nem muitas gerações anteriores da sua família, suponho... Sabem, é que a Glória era do Bangladesh e nem sabia porque é que tinha aquele nome. Já lhe tinham falado dos portugueses, mas provavelmente pensava tratar-se dos primos de Malaca...

Deste post poderão tirar-se conclusões profundas sobre o impacto que o nosso Portugal teve no mundo. Temos de facto uma história maravilhosa, uma saga que merece ser lembrada quando temos estes vislumbres do impacte global das nossas aventuras.  Devemos orgulharmo-nos. Mas depois da devida vénia e emoção, arregacemos as mangas, reconheçamos que a porra da história não nos ajuda a pagar o défice e centremo-nos no muito de mau que temos feito (ou que deixámos que nos fizessem). Devidamente cientes do nosso lado negro, pensemos mas é no que podemos fazer para reconquistar o controle de uma democracia tomada de assalto por caciques, esquerdas inúteis e direitas liberalóides, grupos de interesse corruptores, parasitas da partidocracia e um sistema judiciário inútil que nos arrasta para o buraco. Pensem para aí que eu vou fazer o mesmo...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O vodka como instrumento geopolítico no Vietname

Algures no Vietname, ao quinto vodka: canta-se em Chinês.
Ao décimo segundo vodka, no mesmo jantar em Vung Tau onde se tinha cantado em chinês ao quinto copo, canta-se agora em Russo. Só faltou a música country para compor o ramalhete das grandes potencias que se têm cruzado no Vietname. Embora ao meu lado se sentasse um certo senhor do Texas, deixou-me filmar o momento geopolítico sem saltar para a ribalta...

Enfim, se o vodka foi capaz de me pôr a comer um esquilo neste mesmo jantar porque é que não poderia levar os meus amigos a cantarem em linguas estranhas?

Se fosse na Noruega seria uma saída de emergência de uma boite...

Mas não é. A foto foi tirada no Vietname, num corredor de hotel à saída do meu quarto em Vung Tau no final de Setembro. São coisas da lingua: Lôi Ra quer mesmo dizer "Saída" em Vietnamita...

Que post mais cretino...

Voltei!

Vinte e seis voos e sete semanas depois das férias em Agosto, eis-me de regresso a casa. Pelo menos durante duas semanas e tristezas à parte, espero bem ficar quieto. Ficam fotos e momentos por recordar deste périplo, que tentarei aqui partilhar quando puder. Para já fiquem com esta foto, que assinala a satisfação brasileira pelo retorno do Rock in Rio, que voltou também ele a casa depois de ter docado em Portugal uns tempos. A festa teve lugar no fim de semana exactamente antes de eu aterrar no Rio, já depois da passagem pelo Vietname. E ocorreu ali para as bandas de Jacareparaguá onde tirei a foto, para lá da Barra da Tijuca, mesmo ao lado da feira para onde me desloquei diariamente na semana passada.

Agora fiquem esperando pelos vietnamitas a cantar em russo e chinês, pelas impressões da Escócia e Londres por onde passei no início deste périplo mais recente sem tempo para partilhas na blogosfera, e mais pelo que eu consiga lembrar-me da rota Lisboa-Londres-Aberdeen-Londres-Lisboa-Londres-Dallas-Cidade do México-Villa Hermosa-Cidade do México-Madrid-Lisboa-Oslo-Lisboa-Amsterdão-Stavanger-Amsterdão-Lisboa-Munique-Singapura-Ho Chi Min-Paris-Lisboa-São Paulo-Rio de Janeiro-São Paulo-Lisboa. Para além da viagem de comboio a Roterdão e de carro a Vung Tau... Até já.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Quatro e fim de um sonho

O Asteróide faz hoje quatro anos. Há exactamente 1461 dias e cerca de um milhão de milhas atrás publiquei aqui o primeiro post. E o segundo também, inaugurando a vocação do Asteróide como saltibanco com um mergulho no Mar do Sul da China.

A esmagadora maioria das rotas do Asteróide têm uma razão de ser. É a essa razão que dedico o post de hoje e a imagem que partilho. Sem a Euronavy o Asteróide não existiria (mas se existisse as fotos teriam ficado menos tremidas, nomeadamente as tiradas de taxi para o aeroporto, da janela do avião ou à pressa antes de entrar numa reunião...). É com orgulho imenso que faço parte desta família, mais ainda agora no fim. Um fim que me deixa muito triste. Mas não menos orgulhoso. Este quarto aniversário fica assim dedicado a todos os amigos e amigas na mais incrível empresa portuguesa que conheci, companheiros de uma aventura maravilhosa que acaba sem glória mas com muita honra. É muita a dor agora. E a minha não é nada comparada com a de outros. Mas não posso deixar passar este aniversário sem esta homenagem.

A aventura imensa que é esta empresa acabará em breve para todos nós, como grupo. Espero que possa continuar para cada um individualmente da melhor maneira possível. Todos nós somos diferentes como pessoas e como profissionais, para muito melhor, graças ao que passámos juntos. A Euronavy chega ao fim mas o "ser Euronavy" não.

Nenhum de nós que ficámos até ao fim deixou de sonhar. Até ao último segundo. Aconteceu simplesmente que não pudemos controlar as consequências de outros terem deixado de sonhar uns anos atrás... Só posso garantir uma coisa: enquanto o Asteróide existir o sonho da Euronavy será sempre lembrado.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Barra da Tijuca entre sol e nuvens

E eis que o sol finalmente se levantou, muitas horas depois de o ter feito em Saigão e um bom bocado depois de Lisboa. O que significa que estou no Rio de Janeiro, acordado e zonzo de fome desde as cinco da matina devido ao jet lag... Agora é tempo para a comidinha boa, já me estou a lamber com a goiabada com queijo!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

De novo no ar

O fim de semana não durou nada e eis-me de novo a voar... Até já na terra de Vera Cruz!