terça-feira, 27 de maio de 2008

Passando no Mónaco, mais rápido que um fórmula 1


Se no Domingo à noite fiquei em Nice foi porque tinha que fazer no Mónaco. Em Nice o Asteróide já tinha passado, de mochila às costas, coisa de 20 anos atrás. Mas no Mónaco nunca tinha passado as vistas! Portanto é bom poder apresentar uma prémiére. A foto apresenta-vos o Palácio do Príncipe Rainier e sua prole, sobre o Port de Fontvieille, perto do hotel onde me quedei na última noite. Tenho umas fotos de ontem à noite, tristes e sem nada de charmante (o desmontar do circo da Fórmula 1, na sequência do Grande Prémio do último fim de semana) mas que não deixam de ser uma visão do Mónaco. Agora ciao, mais logo regresso a Lisboa e espero poder descansar por aí uns tempos!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

De Copacabana para a Promenade des Anglais...


Vida de Asteróide é assim mesmo, fugaz sob cada bocadinho de céu... Ainda no último feriado do Corpo de Deus estava a banhos na Praia do Pêpê, mergulhando nas águas um pouco frias do Rio e fazendo safaris pelo areal atrás de um amigo local estudioso de bundas femininas. Ontem o sol já desaparecera (embora o frio se mantivesse afastado aqui da Côte d'Azur) e de repente a areia meridional foi substituída pelos calhaus rolados de Nice, os carochas pelos 2 CV e a noite de Niterói pela da Vieille Ville de Nice com os seus bares perto do mercado das flores. Em vez dos táxis do Rio, tinha à minha espera no aeroporto uma fila de táxis que começava no Class S e terminava no A6 3L, passando pelo X5... Bom, foi um final de Domingo fugaz mas que ainda proporcionou um belo jantarinho no Lou Nissart ("spécialiés Niçoises", 1 Rue d'Opera), recomendável a todos os títulos, principalmente pela verdadeira "salade niçoise" e por uns magníficos "testicules de mouton panés". A "Merda de Can" é que já não tive coragem de provar...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Pairando sobre São Conrado, Rio de Janeiro


Pois foi assim, desta forma que a foto não consegue descrever devidamente dado o adiantado da hora, que este enviado do Asteróide fez jus ao título do post.

Trinta segundos antes da imagem captar o último sol Carioca do dia 20 de Maio do ano da graça de 2008, estava a correr pela rampa de voo livre da Pedra Bonita, um íngreme acidente rochoso coberto de selva que faz parte do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, mesmo ao lado da Pedra da Gávea (800 metros de rocha arraçada de Pão de Açúcar subindo directamente da margem do mar). Para lá chegar tinha trepado pelo morro num buggy negro, o pedaço de carro mais barulhento do hemisfério Sul, carregando as minhas asas e mergulhando na Favelinha e na selva do Parque. Encomendando a minha alma ao criador enquanto corria apontado para Sudeste, olhava só em frente enquanto dava à perna, só em frente, para a lua nascente no mar sobre o arquipélago das Ilhas Cagarras, os tons alaranjados do fim do dia, a praia de São Conrado e os blocos de apartamentos encostados à mesma, um quilómetro adiante. Nunca para baixo, seiscentos metros mais abaixo, onde à selva do morro se sucediam depois as luzes do trânsito fluindo do final da Niémeier e na autoestrada Lagoa-Barra, a caminho do Elevado do Joá, um dos pedaços de estrada mais bonitos do mundo, com as suas faixas sobrepostas penduradas sobre a ravina à beira-mar...

Passados uns intermináveis e palpitantes 1000 milisegundos correndo, precipitava-me no espaço, precariamente pendurado numa asa delta junto com um voador encartado. Foram doze minutos de voo planado soberbo, com uma vista de cortar a respiração, até dar a volta sobre o mar e aterrar suavemente na praia. As fotos tiradas com a máquina de comando remoto fixada na ponta da asa não estão grande coisa mas o filme, com outra câmera e acompanhando todo o voo, reflecte mais honestamente uma experiência recomendável a todo o tipo de passeante no Rio, mesmo aos que como eu, com roupa de Ver-A-Deus (que é como quem diz de visitar clientes...), se limitou a ceder a um impulso de fim de dia.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Maria Bonita no cimo da ladeira



Não sei o nome da senhora da foto, com quem me cruzei no cimo de uma das principais ladeiras de Olinda, Pernambuco. No entanto, olhei para ela como uma aparição fruto de uma anomalia do espaço-tempo algures em 1938 que tivesse permitido a uma versão de Maria Bonita escapar do cerco que a polícia montou aos canganceiros de Lampião em 1938 (se não perceberem de que estou a falar leiam o post anterior...). De facto a Maria Bonita poderia bem aparecer assim na foto, em 2008, mostrando o único dente que teria sobrevivido à acidez inclemente da vida no Nordeste para a população mais desfavorecida. Apesar de Maria Bonita me ter sobressaltado um pouco quando, ainda sem sorrir, se aproximou silenciosamente como uma sombra a sair do escuro da Olinda antiga, quando tirava fotos do cimo da ladeira, o sorriso que aqui apresento foi, apesar de toda a destruição em volta, uma espécie de sol que revelou tudo o que de feliz se possa ter passado na sua vida. Com o sorriso até a ladeira se iluminou e relembrou a sua fama: sim, porque estamos no exacto local onde todos os anos se festeja aquele que é considerado o melhor Carnaval do Brasil (e portanto do mundo...), com multidões sorrindo como Maria Bonita e descendo esta mesma ladeira em frenéticas ondas de côr, alegria e ritmo, esquecendo por um dia as suas dores...

domingo, 18 de maio de 2008

José Augusto "Lampião", cordelista encartado

Apresento-vos José Augusto, apelidado de Lampião pela polícia (segundo o próprio fez mesmo muita maldade no passado...). Vale a pena relembrar que Lampião foi bandido famoso por estas bandas do Nordeste: ele e a sua garota, Maria Bonita, ambos mortos a tiro pela Polícia em 1938, estão para o Brasil como Bonnie & Clyde estão para a América.

Mas o Lampião aqui apanhado pelo enviado do Asteróide em Olinda, 6 Km a Norte do Recife, parece deveras inofensivo. E é membro orgulhoso da União dos Cordelistas de Pernanbuco, vendedores ambulantes de literatura de cordel! Bebendo uma cerveja bem fresca perto da Sé desta cidadezinha Património Mundial da UNESCO, escolhi uns quatro pasquins vendidos pelo Lampião enquanto o personagem relatava as suas aventuras na América, contratado por um famoso realizador gringo que se tornara fã dos dotes do Lampião como figurante. Desde que fora principescamente pago com 8000 dólares para figurar num filme rodado aqui no Brasil não mais parara, tendo na América passado pelos sítios mais incríveis, como a Arábia e o Benfica (momentos antes tinha eu explicado qual o outro significado do Lampião...).

Fica para a posteridade um par de versos no início da obra "A Moça Que Foi Vender o Piriquito em Piancó", do poeta Paraíbano José Costa Leite. Se quiserem saber a história toda convidem-me para uma cerveja ou venham a Olinda procurar o Lampião!
Leitor leia este cordel / Que vai ser do bom-só-só /E quem escutar também / Vai sorrir de fazer dó / Aqui eu vou descrever / A Moça Que Foi Vender / O Periquito em Piançó.
(...)
Do casal houve uma filha / Com o nome de Alzira / Que tinha os olhos azuis / E os dentes de safira / Duma beleza divina / E é sobre essa menina / Que minha pena se inspira.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Mais um quarto com uma vista...



Talvez um dia publique um álbum de fotos no Picasa só com vistas dos quartos dos hotéis e apartamentos por onde o Asteróide vai passando. Esta é a mais recente, tirada um minuto atrás no Recife, Estado de Pernambuco, Brasil. Infelizmente não tem vista mar, mas a praia está aqui bem pertinho... Infelizmente chove muito nesta época, as obras do Porto de Suape (uma mega infraestrutura em construção aqui perto) estão a desassossegar os tubarões (parece que não aconselham os banhos...) e o Recife continua a acordar os moradores pelas 6 da manhã com o romântico estralejar de tiros ao longe. Pelo menos a mim acordou-me! Até breve.

PS: Será que inventei a palavra estralejar? Tou no sítio certo para tomar tal liberdade, né?

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Até parece que está sempre sol em Londres...


Palavra, não sei se é sorte ou se os Deuses me protegem muito justamente por ser bom rapaz. Mas a verdade é que sempre que passo em Londres apanho um sol maravilhoso. Esta foto foi tirada hoje e, como há umas semanas atrás, a imagem é tudo. Os indígenas de manga curta, felizes da vida... Até num solene evento de um organismo pertencente à ONU, com sede em Londres, onde delegados de todos os países, bem enfarpelados nos seus fatos caros, buliam como formigas e conspiravam como cigarras, o ambiente era sorridente e brilhante como o sol. Qual nevoeiro, qual frio, qual chuva: quando for velhinho reformo-me e vou viver debaixo do sol Londrino!

Vem um gajo à terra para isto?


Podem crer que chego a sonhar com os Pasteis de Belém quando ando lá por fora. É portanto com grande desgosto que recorrentemente me apercebo que os ditos cujos só podem ser adquiridos nas grutas de Belém, aquele sítio onde sala após sala foi sendo adquirida aos vizinhos. Infelizmente, para os donos da chafarica, a ideia de expansão do negócio não vai além do quarteirão... Resultado: passo eu pela terra num fim de semana de sol, babando-me de antecipação, conseguindo até arranjar lugar para estacionar bem pertinho (eu a pensar que era um bom augúrio...), tudo para desistir de concretizar o sonho ao deparar com uma fila interminável de gulosos, a maioria estrangeiros, que se prolongava dezenas de metros pela rua. Acho que os Pasteis de Belém deviam ser nacionalizados e a receita distríbuida pelas pastelarias de todo Portugal. E já agora em Singapura, Macau e Rio de Janeiro também. Éta se as Brasileiras não adoram os Pasteís de Belém! Tenho dito.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Na Coreia, maribando-me para o turismo...


Ainda hoje, onze dias após a mãe desta menina me ter pedido para tirar uma fotografia comigo lado a lado com a filha, ainda não percebi qual era a ideia... Aconteceu em Seoul, na Coreia, e aproveitei para lhe pedir para tirar a foto pela segunda vez, desta feita usado a minha camera. Claro que me recortei para fora da imagem... Enquanto estávamos nisto, a menina ia-me perguntando em bom inglês mas com voz de autómato: de onde vem? O que é que faz? Como se chama? Bom, quando por sua vez a mãe me começa a perguntar qual a minha cor favorita e o meu número da sorte comecei a afastar-me com um sorriso, já a pensar que não tardava nada estava a ser cravado para me poderem proteger do mau olhado...

Infelizmente não tenho muito para vos contar da Coreia: cheguei na manhã de um Sábado vindo de Saigão, muito mal dormido no avião, e no Domingo voei de novo de Seoul para Ulsan, no Sul. Na segunda feira já estava a voar de volta para Singapura. E o corpinho já não aguenta tanta andança: de facto o meu Sábado turístico em Seoul limitou-se a umas horas de passeio a pé nas imediações do hotel, bem central (em Gwanghwamun). O passeio levou-me a uma das zonas mais animadas de pequeno comércio e restauração, Myeong-Dong, onde esta foto (e a maioria das que tirei em Seoul...) foi tirada. Infelizmente já não visitei um dos mais cobiçados destinos túristicos em Seoul, o complexo do palácio Gyeongbokgung, o Palácio da Felicidade Rebrilhando, mandado erigir pelo Rei Taejo na sua nova capital Seoul quando para aí se mudou no século XV. Ficava a apenas dez minutos de táxi do meu hotel... Mas após o meu passeio e almoço estava esgotado, ainda com uma semana de Vietname no lombo, pelo que acostei nas saunas do hotel, onde fiquei rebrilhando de suor, mergulhando em água quente, sendo macerado por um gajo tipo Buda que me arrancou a pele e me deixou cheio de nódoas negras com umas ventosas supliciantes que me aplicou, ahh, tudo isto para acabar nas mãos duma jovem massagista coreana que me fez esquecer o torturador anterior. Foram 3 horas, desde os primeiros banhos até à última massagem, que finalmente me recuperaram para a vida. Que se lixe a Felicidade Rebrilhante do Rei Taejo... Das poucas fotos de Seoul, e algumas de Ulsan, que foram tiradas, o Asteróide há de dar notícias um dia destes. Eventualmente.


sexta-feira, 2 de maio de 2008

Saigão 2008: é ver, é ver, não fica assim muito mais tempo!


Na terceira visita a Saigão, depois de lá ter estado em 2006 e 2007, a mudança em curso é notória: mais carros, mais motas, e algop parecido com uma ordem a emergir (mas ainda muito ténue...). O barulho infernal da apitadela compulsiva continua mas começa a ver-se o esforço de alargamento das ruas e da disciplina que se tenta impor no trânsito. Arranha céus modernos começaram entretanto a brotar, lojas mais decentes surgem, Saigão faz finalmente juz ao excelente café apresentando um número crescente de agradabilissimos ciber-cafés sofisticados... A travessia das inúmeras pontes da cidade já não dá sempre a sensação de se estar a passar um esgoto a vau, ao contrário do que acontecia num passado recente. Enfim, o mundo pula e avança, ao ritmo de 100 novos carros e 300 novas motas registadas em Saigão... POR DIA! O governo em dois meses já aumentou o imposto sobre importação de carros por duas vezes (é agora de 85% do valor da importação), a inflação galopa para a casa dos 20%, o imobiliário em Saigão atinge preços do mais caro da Ásia, mas a febre não pára. Vejam as fotos da cidade tal como está hoje: não vai ficar assim muito tempo! Também já podem ver online o habitual álbum de fotos dedicado às pessoas e suas vidas, mais que aos lugares: a não perder os últimos apanhados do povo mais fotogénico do mundo! Desta vez comecei em Ho Chi Min (Saigão), passei para Nha Trang e Cam Ranh a cerca de 400 Km a Norte, depois voei para Danang (ainda mais a Norte, talvez a uns 800 Km de Ho Chi Min, já no Vietname Central), de onde dei um salto a Dung Quat, isto antes de regressar voando a Saigão onde passei ainda dois dias. Muita gente fotografada à pressa pelo caminho e também fotos dessas paragens, que colocarei online em breve.