terça-feira, 24 de julho de 2012

O perfume dos Três Reis Magos à sombra da catedral num dia de Verão romano

Finalmente o Verão chegou à Europa. E não me refiro à "jangada de pedra", o cantinho ibérico onde mais coisa menos coisa é sempre Verão, até no Inverno... Estou a falar da Europa quase-Central, mais propriamente a Colónia na Alemanha por onde passeei ontem sob um fim de tarde com 28C e sol a rodos. Até poucos dias atrás chovia e fazia frio, como na Noruega, França ou (claro...) Inglaterra por onde tenho andado desde Junho. Mas eis que o São Pedro se lembrou deste sítio, muito oportunamente diria eu.

A catedral de Colónia, o mais afamado ex-libris do burgo, continua gigantesca e imponente como sempre, tal como recordava de uma anterior visita muitos anos atrás. Desta vez tive tempo de calcorrear os arredores, metendo pela Minoriten Strasse em direção à cosmopolita Breite, uma via essencialmente pedonal cheia de comércio. Depois à esquerda pela Zeppelin Strasse, até à Neu-Markt, centro de onde irradiam as principais artérias de comércio. Retornando para Leste pela Schilder até à Hohe Strass e acompanhando esta de volta à catedral, mais não fiz do que pisar o que antigamente era a principal via romana desta cidade milenar. Para rematar, uns minutos à beira do Reno, ali mesmo por trás da catedral. Eu e mais uma multidão, espojando-se na relva ou coalhando as inúmeras esplanadas.

O título? Bem, o título resume a cidade: é mesmo aqui que os ossos dos três Reis Magos (ou pelo menos tidos como tal há mais de mil anos quando trouxeram tais relíquias de Milão) repousam, à sombra da catedral onde são guardados, num relicário preciosíssimo. As origens romanas da cidade e o facto de aqui se ter inventado a N.4711 (aka àgua-de-colónia, obviamente...) compõe o ramalhete. Deixo de lado a quinta associação mais habitual a Colónia (a sua destruição pelos bombardeamentos aliados de 1945), por ser triste. E o facto de o Petit do Benfica ter vindo jogar para o clube local (porque não cabe no título...). E pronto, estão vossas excelências servidos de mais uma lição expresso de turismo de aviário! Se quiserem saber mais, Google nisso... Ou comprem um guia de bolso como eu...

PS: em vez de uma foto da catedral vai esta da casa mãe do 4711. A catedral não cabe toda na foto e ainda não percebi como postar mais de uma foto no blog usando o email do iPad...

domingo, 22 de julho de 2012

O Shire


Passar esta semana passada à chuva em Bolton foi pouco surpreendente. O que foi uma surpresa foi descobrir que, passados uns meros dez minutos de condução a partir do meu hotel no centro, chegamos ao Shire. Bem, neste caso é o Lancashire, mas tive a sensação que a qualquer momento poderia ver um hobbit a saltar detrás de uma colina verde... Apesar da chuva e do lusco-fusco das nove da noite, percebi que o Reino de Sua Majestade não pode ser só uma fonte de anedotas meteorológicas. Fica esta vénia de um viciado do Tolkien aos verdes campos da Velha Albion, com os seus mémés, as suas pedras antigas e as carripanas do leiteiro a passar ao longe...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Up in the air

Sem dúvida que o George Clooney tem muito melhor aspecto que eu. Mas não sei se tem mais milhas... Refiro-me à personagem do filme em título. Que seguramente não regressava com tanta alegria, milhas à parte. Não é uma alegria que irrompa como suspiro de alívio, de todo, porque gosto de fazer o que faço e o que faço espalha-se por muito sítio. Torna-se até num vício.... Não é por me cansar de voar.É bom regressar, isso sim, por quem me espera. Regressei centenas de vezes, e não me canso. Muitas dezenas de vezes por ano olho pela janela como agora e fico feliz por voltar aos meus.

Tráfico

Em Ciudad del Carmen o combate ao tráfico é incansável. Eu como viajo leve não me preocupei, mas o resto da malta teve de ver o sabujo da foto a cheirar as malas antes de as colher do lado de cá do vidro. Pode ter sido impressão minha, mas acho que a dada altura vi o rafeiro alçar a pata para se aliviar...

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O meu primeiro vulcão

Na realidade o título correcto seria 'o meu primeiro vulcão activo', pois outros ouve por onde passei (no pico do Pico até dormi ao relento...) enquanto dormiam a sono solto. Mas um vulcão adormecido é só uma montanha, uma majestade destas em preparos como o da foto é outra coisa completamente diferente.

Apresento-vos portanto Sua Majestade Popocatépetl. Fotografei Sua Majestade ontem. Não é propriamente o tipo de companhia esfumaçante que se pretenda ter a umas dezenas de quilómetros de uma mega cidade. Mas a Cidade do México, que acabara de deixar ontem de manhã para voar aqui para a Ciudad de Carmen, tem mesmo de se conformar. O Popocatépetl voltou a acordar e acho que nem reparou nos milhões de minúsculos humanos que se afanam nas imediações...

domingo, 1 de julho de 2012

O que cresce naqueles campos...

Oslo desta vez foi uma maçada. O magnífico Flytoget, o comboio rápido que me liga num instante do aeroporto à cidade, com wif-fi e tudo, fechou para obras. Até 6 de Agosto a malta tem de apanhar o autocarro. Ainda por cima não me deixou onde queria, na estação do National Theater de onde a pé sempre consigo rolar com o meu trolley até um dos meus hoteis habituais.

No entanto nem tudo foi mau: com o autocarro as vistas são melhores (embora o reflexo do vidro dê cabo das fotos à mesma...). Foi assim que descobri que os Noruegueses se dedicam agora a um novo tipo de agricultura... Palavra!

O espírito da paz

Nada como Oslo para ser tocado pelo espírito da paz. O momento já era propício. Na terça-feira da semana que passou deambulava pelas "docas" de Oslo, a Aker Brygge, enquanto esperava por uns colegas para jantar. Como sempre os bares e restaurantes estavam cheios. Claro, é Verão, o sol da meia noite, o "calor", dirão vocês. Mas garanto-vos que já estive por aqui em todas as estações, e no Inverno está à pinha também, mesmo com treze abaixo de zero! E a malta foi de bicicleta. nessa noite..

Mas voltemos ao espírito. Tinha acabado de fotografar o Noble Peace Center, no extremo da Aker Brygge e quando me chego à beira do cais vejo, muito apropriadamente, o Navio da Paz. O dito paquete é a forma assumida por uma ONG japosesa que se dedica a promover a paz pelo mundo, navegando contra os canhões um pouco por todo o mundo. Fiquei nesse momento com a certeza que os seus esforços estão a resultar, pois no momento que me preparava para o fotografar eis que surge um magnífico arco-íris, abençoando o Peace Boat e aqui o fotógrafo. Reparem, reparem do lado direito: é mesmo um arco-íris, daqueles que sempre desaparecem antes de serem fotografados! Senti-me tocado, de facto... Mas eram os meus colegas, finalmente chegados ao ponto de encontro. Cheios de sede!

Um quarto para as dez da noite



Estava frio pois, um ventinho com sabor a Novembro... No entanto mais Verão não podia ser. Estava em Stavanger, na Noruega, na passada segunda-feira. Pouco depois do solstício de Verão portanto. Após jantar junto ao porto, à beira de uma enseada iluminada pelo sol das um quarto para as dez da noite, os dez graus de temperatura pareceram um preço aceitável para pagar pelas fotos que partilho. Desde a ave peralta até aos frequentadores dos bares e restaurantes, passando pelo Tuga que vos escreve, ninguém ficou sem sorrir perante o solinho que fazia...

Road to hell

O título é exagerado. Lá por o Norte de Inglaterra ser um local de trabalho habitual não quer dizer que odeie o sítio. O trabalho e os colegas que encontro por Bolton acabam por compensar a metereologia atroz que, essa sim, faria juz ao título... Quanto orbitei por aquelas bandas, semana e meia atrás, não deixei no entanto de capturar a imagem da foto.  Pela enésima vez refastelava-me no banco de trás e e olhava para chuva todo o caminho de Manchester para "o lugar que ninguém diz o nome, com medo que chova ainda mais". Pela 666...