sábado, 21 de dezembro de 2013

Nas arábias que não são carne nem peixe


Abu Dhabi nem é carne nem é peixe. Menos artificial que o Dubai, paga no entanto o preço da sua (relativa...) modéstia por estar menos associado ao lazer que ao trabalho. Não tem a espectacularidade arquitectónica do Dubai, porém sempre parece um sítio um pouco mais genuíno. Embora sem ser verdadeiramente um local "natural". Os arranha céus no meio do nada ou o meu quarto com vista do 43º andar esta semana tiveram um gosto a pouco. Uma ida ao Carrefour ali ao lado fez-me sentir mais normal. Mas isso foi antes de tentar encontrar o cê cedilhado no teclado meio árabe que lá comprei para desenrascar o meu lap top, cujo teclado se recusa a funcionar depois de ter emborcado meio copo de Chateaux La Tour du Pin Figeac 2005 St Emilion, servido com os cumprimentos da Emirates no voo de Lisboa para o Dubai.

Tudo isto não interessa muito ao leitor, mas alguma coisa queria aqui deixar passados seis meses sem o Asteróide dar sinal de vida. Não foi por falta de órbitas (têm sido mais que nunca...) mas sim por falta de energia e por o Facebook ter roubado o protagonismo imediatista que antes era do blog. Mudam-se os tempos...

domingo, 23 de junho de 2013

O dia em que o Thames foi mesmo Tamisa



Um dia especial nas margens do Tamisa na semana que passou. Sim, Tamisa em bom Português. Começou com um inesperado workout solarengo nas barbas do Big Ben, uma corridinha antes das sete. Continuou com uma bela bica e um par de pasteis de nata no Café 89, um café-mercearia tuga que podia ser no concelho de Ponte de Lima mas que por acaso fica no Albert Embankment portas meias com os spooks do MI6. Depois de um dia de trabalho, uma carne de porco à Alentejana regada com Sagres ali perto no Madeira, enquanto o Poiares Maduro perourava na TV. Quando achava que já tinha que chegue para contar desta Londres no solestício de Verão do ano da Graça de 2013, eis que me surgem de novo o Parlamento e o Big Ben ao lusco fusco das dez da noite, servidos com um jovem casal de brasileiros à sobremesa, acabadinhos de chegar da manif que já cruzou o Atlântico até terras de Sua Majestade! Foi a terceira amena cavaqueira do dia em bom Português, ali mesmo ao pé do Grande Ben.

The Montebello Splendid Suite



Dar um título a um post sobre uma viagem de trabalho à Flandres não é tarefa fácil. Acabei por me decidir pelo conjunto de palavras mais posh com que me deparei: o nome do meu quarto em Antuérpia durante duas noites, um par de semanas atrás. Com isto espero atrair milhares de leitores, apesar do considerável vácuo que foi esta visita à Bélgica. Já havia visitado a pátria "des moulles et des frites" pelo menos um par de vezes no passado, e há muitos anos até tivera a oportunidade de ver um Bélgica - Espanha num estádio qualquer novinho, com o Preud'Homme na baliza belga. No entanto reparo que a Bélgica ainda não surgia na lista do Asteróide, pelo que não poderia deixar de partilhar estes dois dias e meio razoavelmente vazios em Antuérpia.

Voo atrasado umas três horas à chegada, montado no Eusébio (o nome do avião que me transportou...). A velha TAP fez questão de me despejar em Bruxelas já para lá das onze da noite num aeroporto praticamente deserto. Seguiu-se um taxi que me gamou 125 EUR para me levar dento de um carro a tresandar a tabaco até ao centro de Antuérpia. Cansado, ganhei alento com o nome do quarto que me esperava (e cujo interior, em mezanine, até fazia jus ao nome), o suficiente para aplicar as últimas energias num passeio pelas imediações, acabando a comer um bocado de presunto e uma biére, mais uma sopa minestrone. Deu para ter um cheirinho de uma Antuérpia animada na zona velha por muitos bares e pequenos restaurantes, apesar do avançado da noite. Seguiu-se um dia fechado ali para a s bandas do canal num evento todo ele falado em Holandês. Apesar de a coisa interessar a todo o Benelux, um belga confidenciava-me que noventa por cento dos presentes eram holandeses, que se mexiam muito mais que os envergonhados belgas, flamengos ou não. Depois de uma sessão de copos no final do evento, seguiu-se uma manhã dolorosa no regresso, onde a boca a saber a papel de música não obstou a que pudesse capturar a foto de um belga regalado ao sol, a caminho do aeroporto. Aeroporto, ar, aeroporto, casa. Pronto. De esplêncido, só mesmo o quarto...

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Primavera de ilusões

Tem sido uma Primavera sujeita a um São Pedro aluado, a mandar-nos frio e chuva fora de tempo, e de quando em vez a dar um cheirinho de calor. Num desses raros dias de calor até deu para se ir à praia. Onde? Nos sítios mais incríveis, como se explica na segunda foto... Já é do 1º de Maio, mas vem a propósito deste tempo maluco que temos experimentado. Aliás, se juntarmos a metereologia com o que aconteceu ao Benfica esta época acho que deve estar o mundo a acabar...

 

Para quebrar o jejum

O Facebook está a matar a blogosfera? Não sei bem. Mas que o Asteróide tem ficado negligenciado à conta do Facebook lá isso tem. Já lá vão quase três meses sem órbitas. Quer dizer, órbitas houve muitas (embora monótonas e principalmente entre Portugal e o Lancashire, feito iô-iô), relatos é que nenhum.

Para que não pareça tão mal deixo aqui umas imagens de Orlando, Flórida, por onde passei pouco depois do últrimo post, em Março. Bela noitada no House of Blues. Talvez por isso no dia seguinte até as casas me pareciam de pernas para o ar...


 

sábado, 16 de março de 2013

São Patrício

O dia de St. Patrick é amanhã, 17 de Março (dia em que o santo padroeiro da Irlanda morreu, no século V). Mas a maior parte da tradicionais paradas do dia de St. Patrick, tão típicas destas festividades nos EUA, ocorrem hoje um pouco por todo o lado nas principais cidades americanas. Foi assim que a rota do Asteróide a caminho do Vic's, um restaurante italiano em Raleigh NC onde almocei hoje, foi interrompida por uma maré verde que sulcava as ruas, mais a multidão que assistia, na sua maioria vestida de verde também. Lá ficou o carro mais estacionado mais longe do que o que pretendia, mas valeu a pena ir a pé e captar as fotos que agora partilho. E que dizem muito sobre as diferenças entre a cultura anglo-saxónica e a latina, pelo menos no que respeita a reverenciar santos: lá pela terra fazem-se procissões, enquanto aqui se fazem paradas...






Imagens de uma terra

Definir a "minha terra" tem sido difícil... Quando o Asteróide se lançou na blogoesfera em 2007 os Olivais eram "a terra" do passado remoto e também de um presente paralelo, numa altura em que "a minha terra" formal era Singapura. Sítios remotos como Praga ou não tão remotos como Setúbal também foram "a minha terra", fugazmente ou mais permanentemente. Nos dias que correm, a chuvosa Bolton substitui as margens do Sado. E a Lisboa do Tejo e do Cais das Colunas invade as minhas manhãs "a caminho do escritório" se acontece não estar por outras paragens. Os Olivais passaram a acontecer ali mais para Oeste de Lisboa a caminho da Linha e na outra margem mais para Sudeste da capital, entre sobreiros. Não esquecendo a Carolina do Norte, nas Américas de onde vos escrevo, onde também uma parte de mim está em casa. Coisa de Asteróide...

Todas estas "terras" são igualmente respeitadas. Mas uma é mais igual que as outras, pelo menos neste momento... É essa minha "terra" que vos trago hoje em imagens, para matar saudades.






quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O Lancashire profundo no seu melhor

Quando cheguei a este sítio perdido nos arredores de Manchester senti-me como se estivesse a revisitar Brideshed. Temperei um pouco o sentimento quando tive de enfrentar o sotaque da moça da recepção, senti-me mais a modos que entrando em Downton Abbey do que outra coisa. Mas depois de ter calcorreado quilómetros de corredores rangentes, subido e descido escadas e elevadores e cruzado o pátio frigorificado da foto até chegar ao quarto (que pela distância já deve pertencer a Liverpool) percebi que na realidade tinha chegado a... Fawlty Towers!



terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Fado

De Copacabana a semana passada à Praça 8 de Maio em Coimbra este fim de semana foi um pulinho... Foi bom estar em Portugal, nem que de raspão. Não tanto por uma Coimbra que achei triste e quieta, mas mais pela excelente companhia. Ficam as imagens, carimbando mais uma rota. Para que conste.







Lés a lés em terras de Vera Cruz

E assim se passou uma semana de Brazis, com início no filet mignon Gaucho do dia 17 de Fevereiro, passagens fugazes por Rio Grande, Campinas e Rio de Janeiro e final em Macaé na quinta-feira passada. Quatro hoteis, muitas horas de automóvel, muito avião, e poucas fotos de jeito. Mas o Asteróide não gosta de ficar a dever relatórios de rotas, portanto boas ou más têm de gramar com algumas fotos. E vão gramar as do iphone, porque ainda não tive tempo de descarregar as da Canon...








Duas fotos de carne, um mundo de distância

Tiradas por mim no mesmo fim de semana, a primeira no Sábado a segunda no Domingo, seria de esperar que a carne ainda ruminando no pasto na primeira foto seria relacionada com aquela que eu fotografei no meu prato na segunda foto. Na realidade o bovino olhar foi captado à porta de casa ali para os lados dos sobreiros de Rio Frio, enquanto que o filet mignon se me derreteu na boca já eu entretanto tinha chegado a Porto Alegre, terra gaúcha do Sul do Brasil. Coisas de Asteróide...



Voar como deve ser

Isto sim é um aeroporto. O meu preferido, em Rio Grande. Balcoes de check in: um. Gente à minha frente na fila para check in: zero. Passos desde o check in até entrar no teco teco: para aí uns vinte e três. Minutos sobre as pampas até Porto Alegre terça-feira da semana passada: 50. Apeteceu dizer, quando escrevi isto no Facebook mais tarde no mesmo dia, já em Campinas perto de Sao Paulo: Heatrow, Frankfurt, Guarulhos, Newark... vao tomar no dito!



domingo, 10 de fevereiro de 2013

Picando o ponto

Refiro-me tanto à semana que passou como ao Asteróide. Uma semana típica pejada de vistas matinais sobre os telhados de Bolton, no enregelado Lancashire britânico, que de forma crescente é a forma profissional de picar o ponto. E um Asteróide que, de tão abandonado devido à concorrência do Facebook, me faz sentir culpado ao ponto de o preencher com um post razoavelmente inútil. Fica o ponto picado aqui na blogoesfera: "semana normal em Bolton, onde cheguei nas asas de um Flamingo* na segunda-feira e donde regressei na sexta noutro passaroco do mesmo tipo (como sempre atrasado...), com neve no início da semana e um raiozinho de sol aqui e ali para o final".

* aka Fokker 100 da Portugália, bem velhinho.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Paris, jogando petanca no ano 2213

La Defense, por volta das duas da tarde de hoje. A Paris futurista do Grand Arche e dos arranha céus. E entre as poucas árvores, uns plátanos nus de frio podados por artistas do século XXIII, o que vemos? Os bons franceses jogando petanca como se estivessem no adro da igreja lá na aldeia. La vie est belle!