terça-feira, 30 de agosto de 2011

O país dos sorrisos

Esta manhã encontrava-me de novo no lounge da British Airways, no Terminal 3 de Heathrow. Por “outra vez” refiro-me ao aterrar ali de manhã, no mesmo sítio de onde tinha saído na 6ª feira passada de volta a casa. Até me senti a modos que colega da chefa das empregadas lá do lounge, uma indiana pequenina com ar de dragão que já conheço de vista. A diferença é que na sexta feira passada vinha alegremente de regresso de uma semana dividida entre a fria Escócia (em Aberdeen estava uma mínima de 8ºC…) e a chuvosa Londres. Hoje estava de saída do meu cantinho entre vinhas e sobreiros, a caminho da tórrida Dallas onde me encontro agora: 41ºC de dia, 27 à noite! Portanto a disposição era muito diferente, só a Sra. Dragão era a mesma.

Dito isto, ficaram a perceber que o país dos sorrisos não deve ser a Escócia nem a Inglaterra, nem porventura a Gringolândia. Para que percebam onde fica tal sítio têm de continuar a ler...


Ao entrar na porta 35 do Terminal 3 de London Heathrow, para embarcar num voo da American Airlines rumo a Dallas, Texas, deparei-me com as costumeiras camadas adicionais de segurança (para alem dos entretanto vencidos raios X vigiados por paquistaneses e das apalpadelas da praxe em qualquer aeroporto). Cruzo-me primeiro com uma menina com sotaque polaco para verificar o passaporte, que me atira para os braços de uma matrona de sotaque russo. A matrona pergunta-me tudo o que quero ir fazer aos USA, desconfiada por ver no seu ecrã escondido que depois de Dallas vou marchar para o México. Finalmente tranquila, passa-me por sua vez para debaixo do olhar hipnotizante de um sique de turbante, que finalmente me verifica o cartão de embarque e me deixa passar.

Todavia não me dei ao trabalho de escrever tudo isto para me queixar dos fastidiosos processos das viagens aéreas pós-9/11. Nem para sorrir para dentro por ver a segurança da América nas mãos do paquistanês dos Raios X, da menina polaca, da matrona russa com ar de KGB e do sique de turbante.

Não, escrevo para partilhar a observação que ouvi da senhora russa, quando finalmente completou o longo escrutínio a que me submeteu. Disse-me a matrona: ‘Gostava de ir a Portugal. Deve ser um país muito bom. Todos os portugueses que aqui passam sorriem!' Depois de passar o sique e remoer nisto até me vieram lágrimas aos olhos…

Viva nós!