sexta-feira, 12 de março de 2010

Greens Go Home!

A foto não me deixa mentir: estou de volta à Gringolândia. E se tiverem paciência de me lerem hoje até ao fim vão ficar a saber de onde vem a expressão Gringo...


Passei cá a semana toda. Sem tempo para nada para além de tentar entender os nativos nos raros momentos em que me podia distrair da minha missão. Nessa alturas não só eu os tentava entender (principalmente aos texanos com a sua maneira de ladrarem os erres) como também eles me tentavam entender a mim (que também tenho a minha coisa com os erres no início das palavras em inglês, talvez por insistir em misturar o erre francês com o erre tamil...). Enfim, os morecões de sempre. Eles e eu. Eles com as tatuagens militares, com o passado nos marines, com as histórias de quando eram Rangers e saltaram sobre Granada, das suas duas comissões a "Libertar o Iraque" para ganhar umas coroas (este só parou de lá ir quando a mulher lhe disse "ou Bagdad ou eu!"). De entre os trinta companheiros de trabalho esta semana nem todos são ex-Rangers, Marines, tatuados e usam chapéus a dizer "Freedom Iraque Veteran" ao mesmo tempo. Mas todos exibem pelo menos uma destas características! Excepto um. Que era Mexicano.

E foi este Mexicano que me explicou de onde vem o nome Gringo (cada vez mais usado como adjectivo, e dos pejorativos...). Está no título: estas mesmas paragens onde me sento e descanso hoje já foram em tempo bem Mexicanas, até ao dia em que foram invadidas por uma maré de uniformes verdes, os "green uniforms" das tropas americanas de meados do século XIX. Em 1845 o Texas foi anexado pelos EUA (roubado aos Mexicanos, portanto). Os Mexicanos não gostaram. Cá vai disto! De 1846 a 1848 os Mexicanos gritaram "Green Go Home", defenderam a honra e a Pátria e, sentindo-se orgulhosos do seu desafio impante e do sangue de milhares de patriotas mortos, perderam para os EUA o Novo México e a Baja California, a somar ao Texas. Green-Go home. Gringo.

Mas a história tem destas reviravoltas. Passados 160 anos é a vez da Gringolândia ser invadida. Agora pelos carros coreanos, algo impensável há meia duzia de anos. Verdade vos digo: em Singapura guiava um Hyunday Sonata como este e dei-me muito bem. Mas aqui, ver estas carripanas de olhos em bico substituirem aos poucos os gorgelejantes V8 das pick-ups que enchem as estradas do Texas? Hell no! GREENS GO HOME!

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