domingo, 26 de setembro de 2010

Chaimite sem cravos

Para mim um chaimite, por mais feio que seja, será sempre um simbolo de liberdade e tolerância brilhando no firmamento estrelado do triunfo do bem, junto com outros pontinhos brilhantes como os cravos, as G3 e os sorrisos cândidos da rapaziada que juntou uns e outros trinta e seis anos atrás. Ferramentas dos "bons", que o meu olhar de menino de oito anos viu vencer os "maus". Portanto não me venham com histórias, aos oito anos as coisas são assim. E pronto.


Custou-me portanto ver este bicho da foto, prisioneiro e com ar entristecido, à porta de um "arm dealer" algures no Texas, dias atrás. Apesar de ser um exemplar feioco e mais pequeno do que os garbosos montes de aço verde (ou antes, a preto e branco...) que vi em tempos pela televisão à porta do Quartel do Carmo, não deixa de ser para mim um chaimite. O seu ar cabisbaixo diz tudo: não pertence ali. Um chaimite, qualquer que seja a sua sub-espécie, nunca se sentirá feliz a fazer algo que não seja vencer os "maus", de preferência sem disparar um tiro. Soft-power metálico. Mas no caso em apreço, trata-se de uma variante feita por encomenda para cowboys Texanos endinheirados. Vai portanto acabar nas mãos de um dono que passou da metralhadora AK47 para o lança-chamas para estimular a sua pilinha preguiçosa e que, de novo desentusicado após passar uns meses a esturricar os arbustos das traseiras, passou agora aos chaimites para compensar. Pobre chamite, se tivesse um cravo tinha-lo oferecido, para se animar um bocadinho.

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