domingo, 22 de abril de 2012

Bem-vinda, D. Primavera!



Quando se lembra, o Asteróide procura uma boa imagem ou desculpa para assinalar a passagem das estações. Pode ser o encerrar do Verão já por Outubro a dentro, ou um cachorrito a nadar num mar de folhas de tons alaranjados e vermelhos, uma folha de vinha acabada de nascer ou qualquer outra marca da partida de uma estação ou chegada da próxima. Mas este ano está difícil. O São Pedro baralhou-se e a Primavera está envergonhada. Apesar de já estarmos no final de Abril a nossa vinha só agora apresenta uns rebentos a deixar entrever algum verde (a poda também foi tarde, diga-se em abono da verdade, porque a malta aqui estava com medo de geadas tardias que lhe dessem cabo da produção). Na parreira da pérgula nem uma só folhinha da videira selvagem se apresentou ao serviço, por enquanto. Depois do "Verão" de finais de Março, a Primavera, preguiçosa, faz-se rogada.

Hoje o tempo está farrusco e não está propriamente calor mas, de repente, olhei em volta e vi a Primavera. Apesar dos verdes em falta, outros já chegaram em força. O ar já se enche de sons da passarada, as minhas sebes verdes escuras estão cheinhas, o plátano já faz ouvir o seu múrmurio verde ao ritmo do vento e, espanto, de repente a macieira está bem florida! Apesar de aparecer tão mansamente, não quero deixar de cumprimentá-la: seja bem-vinda, D. Primavera!

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