segunda-feira, 13 de junho de 2011

Itaóca




A mudança não foi má: um dia estava eu a voar de regresso a Lima deixando para trás o deserto nortenho do Peru.  No dia seguinte aterrava bem cedinho no Rio de Janeiro, antes do sol nascer. Enttretanto ainda houve tempo para um cheviche de estalo em Lima e de mais trabalho pela tardinha limenha, antes de me apressar para o aeroporto pela noitinha.

No Rio cheguei mesmo a tempo ali para as bandas do bairro das Laranjeiras . Àquela hora madrugadora  os vendedores do mercado semanal instalavam as suas coloridas bancas. Frutos tropicais, carne, peixe, flores, produtos da horta... Alguns dos donos das bancas diziam com orgulho serem portugueses, apesar do sotaque brasileiro. Mas pareciam-se mais com os meus vizinhos agricultores em Portugal do que com Cariocas, lá isso...

Um regalo para os olhos e (no caso de um peixão vermelho que comprámos) para o estômago! Em menos de nada eu, o meu amigo que mora nas Laranjeiras, o carro dele e o peixe vermelho estávamos na Avenida do Brasil (são setenta quilómetros de avenida...) apontados a Sul.

O destino foi Itaóca, uma das várias localidades minúsculas aninhadas entre morros e angras paradísiacas, já perto de Angra dos Reis, onde os cariocas que podem têm casas de fim de semana e férias. Itaóca fica entre o Portobelo e o Club Med, ou seja: entre paraísos...

E assim se passou um Sábado 4 de Junho, em profunda reflexão, em casa de amigos. Eu na rede da varanda depois de um passeio na praia, o peixe vermelho no forno. O peixe inundando a atmosfera de um cheiro maravilhoso, eu meio a dormir a pensar que, apesar do trabalho ser duro ainda vão acontecendo uns Sábados decentes em sitíos como Itaóca. Para compensar...

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