segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A surpresa Persa


Já tinha saudades do Asteróide... A verdade é que não tenho tido tempo de cá vir. Neste momento estou de volta a Singapura, desta vez em visita mais fugaz. Apercebo-me agora que o Asteróide tem estado em órbita Geostacionária sobre o Extremo Oriente. Acho que é tempo de começar a rebuscar o meu arquivo para o enriquecer com outras paragens.

Em Maio de 2003 fiz uma visita relâmpago de duas noites a Teerão. Foi o tempo de me surpreender q.b. e arrumar com alguns estereótipos... Voei do Dubai, onde também ia frequentemente em trabalho na altura, e aterrei já de noite. O meu passaporte exibia um magnífico visto colado numa página inteira, cheio de cores e marcas de água, do tipo que mais tarde havia de experimentar em países igualmente desenvolvidos como a Indonésia e o Vietname. Para minha surpresa tinha à minha espera uma beldade persa de 28 anos, super descontraída e falando fluentemente Inglês. Era a Shadi, da agência que tinha contratado para me conduzir durante a estadia, junto com um rapaz dado a motorista mais o seu carrito. Passada uma hora já tinha transitado pelo hotel a tomar um duche e estava com a Shadi a beber cerveja (sem álcool!) num parque a Norte de Teerão, já passava da meia-noite. E esta, hem? Bom, a verdade é que o seu marido, um jovem engenheiro trabalhando numa empresa de produção de electricidade, se juntou a nós mais tarde... O parque está alcandorado nas faldas dos nevados picos no sopé dos quais a cidade se aninha e do bar tinha-se uma magnífica vista sobre a cidade.
A cidade é dominada pelas montanhas Alborz, que ocupam todo o horizonte virado a Norte. Fiquei albergado num decadente hotel de 5 estrelas com cheiro a mofo e uma patine a-la-anos-setenta feita de alcatifas, brilho de cromados, padrões com bolas vermelhas e candeeiros de globo pendurados do tecto. Visa? Népias, só em cash... O trânsito é infernal. A cidade, a espaços, tinha algo da Lisboa da minha meninice. Não sei explicar o porquê deste sentimento... Desde o hotel com o espírito dos anos setenta até aos bairros mais calmos onde até nas ruas estreitas havia árvores, passando pelos cafézinhos ou tascas abertos prodigamente um pouco por todo o lado, debaixo das varandas.... enfim, não sei explicar, mas cheirou-me a Lisboa!

Bom, espreitem mas é as fotos. Desculpem serem de má qualidade, naquela altura usei uma camera que pouco mais era que uma webcam !

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