terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Um oásis de delicadeza: a terra do Sol Nascente

É uma pena só passar por estas paragens de raspão. Mas quer há dois anos passando por Tókio quando voei de Singapura para Houston, quer agora em Osaka, a minha passagem é tão fugaz quanto a necessidade de sair de um avião e apanhar o próximo. Hoje apanham-me aqui acabado de aterrar vindo de Frankfurt, onde uma greve dos alemães não me fez mossa (que raio, greve dos teutões!?), esperando para embarcar para Pusan (aka Busan...) na Coreia do Sul, meu destino final esta semana. Sobrevoei toda a Russia e posso dizer-vos (se não sabiam já) que é MUITO grande. Depois passei por um pedaço de China, raspei pela Coreia e aterrei em Osaka, depois de umas belas vistas das costas japonesas e de pelo menos uma megalópolis. O aeroporto, que podem ver na foto do Google Maps que colei neste post, está onde eu estou, ou seja, onde o iPad diz que estou: uma bolinha azul no canto inferior esquerdo. É daqueles aeroportos engraçados para quem gosta de aterragens fixes, todo ele no meio do mar.
Mas deixem-me voltar à intenção inicial: falar-vos do oásis. As minhas duas meteóricas passagens pelo Japão foram experiências que nada têm a ver com o stress habitual de qualquer outro aeroporto (bem, Changi em Singapura também não é mau...). Ao desembarcar segui a carneirada, sem necessidade de hesitações porque o caminho era só um e incluia um passeio de monorail. Ao chegar ao edifício principal, em vez de sair para a imigração aponto para as transferências internacionais. Ali estava eu, só eu, a máquina de raios X, três funcionários e todo o tempo do mundo. Uma moça e um moço de serviço revezaram-se para me ajudar a colocar tudo nos tabuleiros, e depois a voltar a pôr tudo no sítio, enquanto o colega olhava para o ecran, sorrindo também. Uma paz... Depois foi seguir as setas, fazer escala para um xixi num sítio imaculado, tomar a minha bica num Starbucks e apanhar o monorail de volta à zona da minha porta. Sempre, sempre, servido por sorrisos algo tímidos e uma calma total. Nada da selvajaria de Heathrow, das corridas intermináveis de Frankfurt, do alheamento gringo em qualquer aeroporto (e para lá dos aeroportos...),da rudeza chinesa, da confusão sul-americana. Só paz. Simplicidade. Tempo. Espero poder um dia ficar mais um bocadinho. Agora tenho de ir, o voo 732 da Korean Air espera-me.

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