domingo, 21 de novembro de 2010

Um salto de cem milhões

Uma rampa cheia de neve. Por ela abaixo uns malucos escorregam até à extremidade de onde se lançam voando, todos esticados e inclinadinhos para a frente até o peito tocar os esquis. Assim planam (se tiverem sorte) até aterrarem umas dezenas de metros mais abaixo, ainda em plano inclinado, para deslizarem mais uma enormidade até conseguirem parar.

Esta "rampa", que em termos técnicos se deverá chamar "trampolim", está para este desporto de malucos que é o salto de esqui como o Mónaco está para a Fórmula 1 ou o Estádio de Wembley para o futebol: uma catedral da coisa. Apesar do seu ar futurista, a verdade é que o Holmenkollen (nome da colina que deu o nome ao trampolim de 60 metros de altura e ao pólo de desportos de inverno que abriga) nasceu ainda no século XIX e já vai na enésima reencarnação. A última deu-se por estes meses: cem milhões de euros investidos para preparar este gigantesco palácio dos desportos de inverno para o campeonato mundial de esqui nórdico de 2011. Viva o petróleo! O único problema orçamental da Noruega é o facto de lhe sobrar muito dinheiro... e começaram a faltar estados soberanos com as finanças suficientemente sólidas para se lhes comprarem títulos de dívida! Vai daí é melhor gastar a massa para que uns tantos loucos se partam todos a cair lá de cima aos trambulhões...

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