sexta-feira, 19 de junho de 2009

De raspão pelo Bronx...

Ena, ena, o Asteróide já se pode gabar de ter passado por New York! O GPS foi amigo e mandou-me pela Interstate 95 direitinho à ponte George Washington, umas valentes toneladas de aço sobre o Rio Hudson que me fizeram entrar com o meu Chevy em Manhathan, e das quais deixo aqui esta imagem artística, desfocada de propósito, pois então. Não fui aterrar em qualquer pedaço de New York, claro, havia logo de ser no Bronx... Castiço, sem dúvida, apesar da minha passagem não se ter arrastado mais de 5 minutos, com cuidados extremos a seguir a voz e a imagem do GPS, "keep left, then left", ou "exit right", tudo com muito respeitinho para evitar ouvir a voz começando a grasnar "recalculating", "recalculating"... Já vos digo, "recalculating" também é sinónimo de "bad news", ou "get your ass out of there", ou "porra que já me baralhei com a gaita do GPS e até os satélites estão chateados agora". Se tivesse tido mais tempo, muito teria gostado de mergulhar em Manhattan ao sabor dos sinais do trânsito, como fiz em Cuba há uma duzia de anos (mas aí era ao sabor dos buracos nas estradas e das boleias que ia dando, e tive duas semanas para me perder por lá como se não houvesse amanhã...). Nesse cenário idílico em que eu teria tempo para passear em Nova Iorque, bem que o GPS se podia esganiçar a "recalcular" a rota, só lhe voltaria a ligar quando estivesse de papo (e camera) cheios. Mas não foi o caso: de chuva e à noite, só não queria mesmo era deixar-me cair dos ramos da autoestrada no cimento frio e escuro das ruas do Bronx, para chegar antes da meia noite ao poiso de onde vos escrevo, Meridien, Connecticut. Mas de qualquer maneira serviu esta minúscula aventura na Big Apple para vos escrever este bocado de prosa e poder dizer, com ar ufano, sim, já estive em Nova Iorque!


Vi-me grego todo o caminho, desde os engarrafamentos na passagem por Baltimore até aos diluvios que apanhei ao passar perto de Philadelphia, e mais tarde o escuro sinuoso dos nós de autoestrada sobre o Bronx. Mais de seis horas de condução com umas paragens pelo meio para cafés, doces e um hamburguer, além de atestar o depósito do Chevy. Nada de divertido, à excepção de um cartaz das autoridades, com um certo sentido de humor (que infelizmente não fui a tempo para fotografar): "bumper benders park the cars in the shoulders". A expressão era mais ou menos esta, e sorri em particular com o "bumper benders". Traduzido como deve ser, com a subtileza de tentar perceber o que querem dizer com tal frase, saíria algo como "se for só chapa não fiquem a empatar o trânsito e estacionem os carros na porra da berma!". Mas uma tradução literal é mais engraçada: "se são uns amolgadores de para-choques estacionem os carros na berma". Bem pimba!

Já agora deixem-me dizer-vos que de facto o carro tinha razão em me avisar para verificar a pressão do pneu traseiro direito... Mas não era por estar a esvaziar, pelo contrário, em vez das 30 libras de pressão que devia, os artolas do car rental tinham-lhe espetado com 60libras!

Tou KO. Vou xonar...

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